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Canção da Redenção

By : Danilo Ladentim
Acordei definitivamente pronto a escrever um texto aqui no blog, mas  passando pela internet, me lembrei dessa música, do grande Bob Marley. Acredito que não precisarei escrever nada, além de trazer a tradução da mesma para vocês pensarem. Deixem suas percepções para construirmos juntos nossa reflexão acerca dela. Abraço a todos!!!


Canção da Redenção 

Velhos piratas, é, eles me roubaram
Me venderam para os navios mercantes
Minutos depois deles
me tirarem do porão sem fundo
Mas minha mão foi feita forte
pela mão do Todo-Poderoso
Seguimos nessa geração
Triunfantemente

Você não vai ajudar a cantar
Essas canções de liberdade?
Pois tudo que já tive
Canções de redenção
Canções de redenção

Emancipem-se da escravidão mental
Ninguém além de nós mesmos pode libertar nossa mente
Não tenha medo da energia atômica
Porque nenhum deles pode parar o tempo
Por quanto tempo vão matar nossos profetas
enquanto ficamos parados olhando? uh!
É, alguns dizem que é só uma parte disso
Temos que completar o livro

Você não vai ajudar a cantar
Essas canções de liberdade?
Pois tudo que já tive
Canções de redenção
Canções de redenção
Canções de redenção

Dias de Luta, Dias de Glória

By : Danilo Ladentim
É certo que tempos difíceis estão sempre prontos a aparecer. Falo isso por experiência própria. Falo isso por sentir nas últimas semanas, que o mundo de qualquer pessoa pode desabar sobre os ombros de uma hora para outra e com ele toda a angústia e insegurança existente no mundo. Talvez soe como exagero, mas as tristezas estão a tona e prontas para nos devorar, assim como as alegrias voltam a ativa num simples piscar de olhos.

Então como agir? Lembro-me sempre de uma certa frase, conhecida de alguns: "Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus"

Fácil de ler, difícil de entender!!! Todas as coisas? Inclusive as más?

Nos bons e prazerosos momentos da vida, essa frase soa extremamente entendível. Tudo faz sentido. mas nos maus momentos ela não se encaixa, não conforta.

Contudo, como em todas as situações, encontramos exceções. Por exemplo: momentos complicados financeiramente falando acabam sendo uma espécie de trampolim para aprendizados eternos. A pessoa que não conseguia se conter e gastava rios de dinheiro, comprometendo suas entradas mensais e deixando dividas atrasadas, aprenderá, após tudo isso, que a economia e a boa gestão, faz parte da administração financeira coerente nos dias de hoje.

Mas na minha mente, como agir em situações mais graves? Em situações de doença, possibilidades de morte, abusos, agressões, como lidar com esse emaranhado de problemas e ainda tirar proveito e ensinamentos disso? Como esse tipo de sofrimento trará bem ao homem?

A primeira lição que tiro é que meu cérebro, por melhor que seja, não é capaz de entender tais questões, apenas questioná-las mesmo. Sou restrito demais para poder tentar entender como isso pode funcionar, e em se tratando de Deus, muito menos conseguirei ter as respostas cabíveis nesse tal momento. Minha mente, raciocínio e lógica, não atuam no mesmo grau de inteligência Dele e correr atrás de tais respostas é nadas no seco.

O segundo ponto que reflito é que o "bem" escrito na frase citada no início do texto, não diz respeito somente as "sentir-se bem", pois com toda certeza não no sentiríamos bem ao perder um ente querido ou passando por alguma das situações citadas acima. Mas creio que essas situações nos atraiam para o "bem", nos fazem "caminhar para o bem".

Em momentos da vida, somos extremamente atraídos para perto de Deus e essa aproximação é genuína, real, sem máscaras. Estamos quebrados, doloridos e sabemos que o "Bem" é o único lugar que pode nos acolher e somente esse lugar, nos braços Dele, que a vida toma real sentido.

Nos momentos mais alegres e despreocupados da vida, dividimos nossa atenção. Nossa aproximação acontece, mas o foco é distorcido as vezes e não damos o real valor para aquele momento, adicionando elementos e com certeza, foco dividido não nos dá direção alguma.

Os dias maus nos levam para o Bem!!! me faz encontrar com aquilo que realmente sou. Me faz ver e compreender de fato quem Ele é. Nos dias maus me achego sem pedir nada para mim, sem trocas, sem barganhas, sem negócios, sem interesse. Não me "sinto bem", mas me sinto no lugar certo, me aproximando daquilo que é o "bem".

Depois de muitas confusões mentais escritas aqui, muitas delas não compreendias pelos leitores desse blog, começo a compreender  que tudo mesmo coopera para o bem daqueles que amam a Deus, as alegres e as tristes, e das mais diversas formas tenho a chance de me aproximar Dele.


E a montanha russa da vida continua operando, mas...

"a vida me ensinou a nunca desistir, nem ganhar, nem perder, mas procurar evoluir...histórias, nossas histórias, dias de luta, dias de glória.

"Super-homem" ou "santo-pecador"?

By : Kadu


Fico pensando na nossa mediocridade em relação a nós mesmos e nosso relacionamento com Deus e com os outros...
O pensamento de super-homem que nos acomete, principalmente quando temos realizações o "suficiente" pra isso, faz de nós menos amantes do Pai, menos relacionáveis com outros e menos reconhecedores de quem nós somos. Batemos no peito e achamos que, desse ponto em diante, se trata de nós mesmos e podemos caminhar com nossos títulos, nossas forças, nossa inteligência, nossas realizações..., Deus vira um acessório pra corroborar e assinar embaixo apenas, no tocante as minhas "gloriosas virtudes". 
Estou me lembrando demais do meu falecido pastor Brennan Manning nesse momento...
Conversando com uma pessoa sobre relacionamento com Deus, percebi a necessidade que temos de cura de traumas que passamos em nossa vida e relacionamento com Deus. Porque? Porque isso nos bloqueia de nos relacionarmos com Ele, nos fazendo negar tudo o que diz respeito a Ele..., colocamos tudo num pacote
só e rejeitamos tudo. O que antes nos fazia bem, nos desafiava a viver plenamente a vida e trazia paz, contentamento e felicidade real, independentemente de qualquer circunstância, agora some e dá lugar a uma vida onde EU controlo tudo. Mais uma vez, nos tornamos super-heróis de nós mesmos e colocamos Deus de lado, nos relacionamos com os outro pela troca, pelo benefício que eles vão nos trazer e acabamos por não reconhecer mais exatamente quem nós somos.


Essas duas descrições acima, de situações reais, que acontecem todos os dias, me fazem pensar no texto de Lucas 7:36 - 50. Ali vemos uma pessoa, o fariseu, que parece ter vivido alguma dessas situações descritas acima, a quem nós podemos chamar de super-herói, e do outro lado alguém que também pode ter vivido
uma dessas situações descritas acima, mas com uma reação totalmente diferente em relação a presença de Jesus.
A única diferença entre os dois "tipos" descritos aí é que um deles conseguiu se curar de si mesmo, do seu senso de heroísmo e independência, do seu orgulho besta e egoísta. O que o texto parece passar, e já ouvi algumas pessoas dizendo sobre ele, é que existem os que pecam mais e os que pecam menos..., creio que a ênfase de Jesus nessa passagem não tem nada a ver com isso. Nossa condição de pecadores nos torna iguais diante de Deus e do seu perdão. Ele não perdoa alguns pecados apenas, ele perdoa todos! Ele não trouxe perdão para um pecado específico, uma ação errada que cometemos, mas para uma condição que nos afetava desde o Éden. Por isso, a ênfase aqui está no olhar que temos acerca de nós mesmos, e a consequente resposta que damos a esse fato.
O fato de olharmos pra nós mesmos com os filtros de nossas realizações, nossos feitos, sejam eles de super-heróis, sejam eles de frustração, nos fazem amar pouco, ou seja, refletir pouco quem Deus é, porque Ele é amor! E isso é crucial para uma sociedade ser afetada positiva ou negativamente, expandindo o Reino de Deus, ou expandindo os reinos do nosso próprio eu. Isso porque sem amor, sem amar, não compreendemos que Deus é, que nós somos, quem os outros são.
Agora, o fato de olharmos pra nós mesmos com o filtro do amor e perdão de Deus, demonstrados no sacrifício na Cruz, na renúncia do próprio Deus em se tornar homem como nós, nos fará reconhecer nossa incompletude (como diria o mestre Brennan), nossa fraqueza, nossas debilidades, nossas atitudes e pensamentos maus, nossas reações exageradas, nossa intolerância, nossa mentira, nossa falsidade, nossa
maneira de manipular os outros, nosso egoísmo, e por aí vai, numa lista interminável de frutos da nossa condição de pecadores, desde o Éden!
E ao que muito é perdoado, muito ama! Ao que compreende sua situação perante Deus, consequentemente compreendendo sua situação perante a sociedade e diante de si mesmo, muitos pecados como que "surgem" diante de nossa mente, nos mostrando a realidade do "sangue assassino" que corre em nossas veias..., mas também surge a necessidade de alguém que possa trocar esse sangue por algo novo, diferente, que traga vida, que traga a Vida! 
O fato aqui não é que seu pecado é maior ou menor que o do seu vizinho. O fato aqui é que todos pecamos e carecemos da graça de Deus, sendo assim, todos estamos em igual condição diante desse fato. A resposta que temos dado e as consequências que trazemos ao mundo ao nosso redor e a nós mesmos é que difere nesse caso. 
Alguns de nós tem reconhecido que não são super-heróis, não podem caminhar sozinhos. Alguns tem reconhecido diariamente a condição a que estão expostos e os pecados que são fruto disso. Estes percebem que somente um ato de total entrega, daquilo que lhe é valioso, como no caso da mulher do texto,
com humildade e verdadeiro reconhecimento de quem se é, nos trará a consciência real do perdão de Deus, de quem Ele realmente é, de onde Ele nos tirou, do que Ele nos livrou, e assim o resultado natural disso será o amor. Amaremos a Deus sobre todas as coisas, e ao nosso próximo como a nós mesmos. O grande problema de identidade que nos aflige nesse mundo afora, e que interfere em todas as relações entre todas as pessoas, acaba por ser "resolvido". Resolvido entre aspas pra que não dê a falsa sensação simplista da coisa toda.
Como bem disse Paulo, nossa luta vai continuar, porque nossa carne continuará militando contra o espírito, mas, enfim, nosso "estado" de humildade em relação a quem nós somos, a quem Deus é, e ao nosso próximo, nos fará ter sempre essa consciência de que somos apenas pecadores carentes da graça de Deus, nada mais..., se somos santos, como alguns se intitulam, o somos porque Deus vive em nós e nos santificou..., nossa santidade nesse caso não se trata de nós, de nossas realizações na luta contra o pecado, mas da realização de Cristo na cruz, na luta dEle contra o pecado!
Uma última observação disso tudo é que nosso pecado não diminui ou altera o amor de Deus por nós, mas diminui ou altera nossa reação de amor por Ele, por nosso próximo e por nós mesmos!
Pense nisso, seu "santo-pecador"!

"... Mas onde pouco é perdoado, pouco amor é mostrado..."

Pastor se suicida momentos antes do culto

By : Kadu

Originalmente postado no site ExtremoGospel.com

Um pastor da Geórgia e pai de dois filhos, que uma vez confessou que às vezes “não sinto que Deus esteja me ouvindo“, suicidou-se em frente de sua casa, enquanto sua esposa e filhos e 800 membros da congregação o esperavam para o culto na igreja no domingo.

De acordo com o Canal 13 WMAZ, Rev. Teddy Parker Jr., 42 anos, de Bibb Mount Zion Baptist Church, em Macon, Geórgia, foi encontrado por sua esposa, Larrinecia Parker, de 38 anos, na garagem de sua casa com um tiro disparado por ele mesmo.

Lakesia Toomer, um oficial da igreja, disse ao WMAZ, “Consideramos este um assunto privado entre a família e a família da igreja BMZ. Pedimos que o público respeite a nossa privacidade neste momento”.

Russell Rowland, um membro da igreja que empregou o irmão do pastor em sua empresa de jardinagem, disse ao The Christian Post em uma entrevista por telefone de que o pastor havia mandado sua esposa e suas duas filhas para a igreja antes dele na manhã de domingo e todos o estavam esperando para pregar a mensagem da manhã.

“Como ele não apareceu, foram procura-lo”, disse Rowland. “Estou muito surpreso porque não pregava isso. Pregava totalmente contra. É algo que a congregação não entende muito bem.”

Rowland explicou que os membros da igreja se reuniram na segunda-feira à noite e a atmosfera era “solene”.

“Todo mundo está chocado agora. Acredito que muitas pessoas estão tentando entender por que isso aconteceu. Estamos orando ao Senhor para obtermos orientação sobre isso”, disse ele.

A família do pastor encontra-se devastada sem entender o porquê isso aconteceu. O relatório do incidente do escritório do Xerife do Condado de Houston mostra que o suicídio foi relatado às 13:30 domingo.

Rowland descreve o seu pastor como um “homem muito feliz, carinhoso que se preocupava com as pessoas, especialmente com as crianças. Era um bom homem“, que o inspirou e não mostrava sinais de problemas financeiros ou de outro tipo. A igreja estava indo bem e estavam no processo de construção de uma nova igreja.

No entanto, um vídeo publicado em 2010 no You Tube, tem chamado à atenção de que talvez o religioso estivesse mostrando algum sinal.

No vídeo em seu sermão intitulado de “Enfrentando sua tempestade com confiança“, Parker mostrou suas lutas com a sua caminhada na fé.

“Sabe que um monte de vezes, nos sentimos que quando estamos passando por coisas e é tanto que não há ninguém ali conosco. E Adivinhem? Deus quer que você se sinta desta maneira. Sei que vocês foram salvos a muito tempo. Sei que são super espirituais e são verdadeiros santos, mas há momentos em sua vida, não sei quanto a vocês, mas há momentos em minha vida em que estou passando por algumas coisas que não posso sentir que Deus está lá”, confessou.

“Tento orar, mas não sinto que Deus está me ouvindo. Procuro servir, mas não me sinto que Deus está me usando. E há momentos em tua vida quando Deus se retira intencionalmente, ele não se retira para deixar-te, mas se retira para que possas crescer e amadurecer”, acrescentou, em uma mostra de respiração.

Rowland continuou: “Ninguém pode saber o que estava em sua mente quando ele fez isso”

Quando perguntado como se sentia a respeito de Deus e de sua fé, agora que seu pastor tinha tomado sua vida, Rowland disse que não vai parar de acreditar.

“Eu ainda acredito na minha fé. Eu ainda acredito em Deus. Eu ainda acredito em todos os seus ensinamentos (pastor). Acredito no que o pastor Parker foi me ensinando. Como eu disse, essa é uma das razões pelas quais eu sou um membro do que a igreja, por causa dele e nada mudou. estou no temor agora e eu estou querendo saber o que aconteceu com ele. Eu não posso dizer, você sabe. acho que é entre ele e o Senhor. Tudo o que eu puder fazer é orar “, disse ele.

Fonte: Christian post

Sua opinião: Você acredita que um cristão, que comete suicídio vai para o céu ou inferno?

Desconforto vs Sustentabilidade

By : Danilo Ladentim
Relembrando uma ideia de 2010, mas que a cada dia se torna mais real no contexto brasileiro.

Recebi um jornal esses dias atrás. Que novidade não é? Mas não era um mero jornal. Era aquele da igreja do "Macedinho, o grande homem de Deus da nossa geração". Parei, sentei e resolvi lê-lo como sempre faço. Procurei ao longo de minha leitura alguma notícia dentro desse "abençoado veículo de comunicação", e pior que achei...e não eram boas notícias, eram ótimas.
Uma mulher dizendo que teve sua vida transformada desde quando pisou dentro da igreja do tal pastor. Realmente algo tinha sido transformado, mas com certeza não era a vida daquela mulher. Dívidas de milhões que se transformaram em grandes empresas, fuscas que se transformaram em grandes carros importados. Grandes negócios, megas produções, dinheiro, dinheiro e muito dinheiro...pessoas que estavam em apuros se transformando em pessoas cheias do poder. Poder de Deus? Claro que não!!! Deus passa longe desse tipo de pessoa, ou melhor, essas pessoas é que passam bem longe de Deus.

Interessante pensar como o homem tem o grande talento de transformar crenças, inventar culturas não é? Somos capazes de atos grotescos e ainda por cima queremos colocar Deus no meio de toda essa bagunça. Quanta enganação! Quanta hipocrisia! Quanta cegueira! Quanta capacidade de querer se virar sozinho!

Em tempos de discussão mundial sobre meio ambiente, uma palavra resume todo o meu sentimento hoje: SUSTENTABILIDADE. Pelo dicionário, essa palavra significa capacidade de se sustentar. Parece bobagem, mas qualquer semelhança com o momento da igreja hoje, é mera coincidência. Como gostamos de proteger o que é nosso, de aumentar nosso ganhos mensais, de ter mais do que precisamos, de sermos independentes a qualquer custo. Como adoramos usar o evangelho a nosso favor.

Rapidamente, um texto da bíblia me vem a mente, Lc 12:13-33. Dois irmãos brigando por uma herança, talvez por uma grande quantidade de dinheiro, querendo ver como melhorar de vida às custas dessa situação. Jesus não hesita e diz: "Cuidado...a vida de um homem não consiste na quantidade de seus bens".

Quanta diferença existe entre a parábola desses dois irmãos e nossa vida hoje? Absolutamente nenhuma! Brigamos dentro de nossas igrejas para adquirirmos um nome de verdade, uma reputação maravilhosa para ver quem manda mais na instituição, e ainda queremos dizer que tivemos nossa vida transformada. Balela!!!

Alguns versículos mais tarde Jesus nos dá uma característica do evangelho que precisamos aplicar em nossa vida sempre.
Desconforto...acredito que o evangelho de Jesus tem tudo a ver com isso. Preciso me sentir desconfortável neste mundo, me sentir desconfortável enquanto olho meus irmãos vivendo uma vida diferente, quando vejo o adquirir de coisas ao meu lado e nada acontece comigo.

Desconfortável quer dizer que sei que o evangelho não é isso. O verdadeiro evangelho não precisa e não propõe vida fácil, com o bolso cheio de dinheiro ou meu ministério bombando à todo momento. É entender que ter uma vida transformada não tem nada a ver com dinheiro. Desconfortável porque sei o que é pagar o preço do real evangelho.
Jesus está propondo uma vida sem pensar no que vestir, ou preocupado com o que vai comer. Ele diz que os pagãos é que correm atrás de conforto, facilidade, nós não precisamos disso. Não preciso gastar mnhas energias brigando pela minha conta bancária, pelo nosso sustento financeiro, somando coisas para o dia de amanhã.

Nosso dever como aqueles que se dizem cristãos é buscar o Reino de Deus, pagar o preço do desconforto material, viver o evangelho onde nós não somos auto-sustentáveis. Aí sim, poderemos ver nossa vida transformada realmente.

E termino com a própria promessa de Jesus: " Busquem, pois o Reino de Deus, e essas coisas lhe serão acrescentadas".

Deus quer nos presentear, Ele sabe o que nós precisamos para o dia de hoje, o que precisamos para vestir e comer e Ele é bondoso o suficiente para que nada falte.

Apenas palavras

By : Danilo Ladentim
 Sou assim, restrito, pequeno, móvel,
 ansioso, duvidoso do amanhã,
 pois nele não enxergo a certeza.
 Credor do amor que sou, busco nas manhãs,
 as formas estranhas de me contentar com a vida,
 de encontrar o Caminho, alimentando o errado, esperando que se torne o certo.
 Mas Ele está aqui, em todo lugar,
 em todo canto, nos detalhes que penso ser inúteis,
 nos cantos inesperados desse mundo.
 Ele está aqui,
 nas incertezas, nas dúvidas,
 na minha constante briga interior,
 na minha intensa fome de justiça própria.
 Ele está,  Ele é, Ele sempre será.
 Nos destruídos e inóspitos becos encontro a paz,
 me deparando com a forma simples e viva de ser.
 Mas como estará lá?
 Como entender tal poder?
 O Senhor dos pobres, o Senhor do tempo,
 o Senhor da vida que torna a vida mais bela e perfumada,
 se acomoda nas periferias e, intensamente derrama sua majestade.
 Nos pequeninos, nos abusados,
 nos excluídos, nos abandonados,
 nos doentes, nas viúvas, nos barracos,
 nas favelas e comunidades, ali Ele é, e nisso tento ser.
 Me entendendo nos questionamentos, 
 sem ao certo saber as repostas, 
 E na minha incerteza
 encontro a certeza de ser quem eu sou.
 Na minha insegurança me deparo com Ele
 e assim me entrego a Vida,
 errando mais que acertando,
 mas buscando em meio a minha guerra,

 ser Tudo o que fui chamado pra Ser. 


Mudando o mundo - Uma fralda de cada vez

By : Kadu

Aí não importa o que o ser humano escolha fazer com sua vida algumas pessoas tem esse desejo, de ser relevante no que faz, ter voz e trazer alguma transformação boa para esse mundo.

É óbvio que existem visões diferentes em como isso pode ser feito e alguns são bem mais radicais do que outros em suas escolhas mas no final dá no mesmo. Todo mundo deseja que o "mundo" veja o "mundo" através de seus olhos.

Como comentei em posts anteriores, o nosso desejo como família é fazer com que as pessoas tenham um relacionamento com Deus trazendo dignidade para os seres humanos que de alguma forma foram roubados do direito de se sentirem dignos na sociedade aonde vivem.

Acabamos de voltar de uma viagem ao redor do mundo aonde tivemos o privilégio de conhecer muitas pessoas e influenciar a vida de algumas delas. Confesso que quando cheguei em casa fiquei um pouco deprê pensando: "- Poxa, agora vou ficar em casa cuidando da Isabella, enquanto o Ricardo está lá fora 'ajudando a mudar o mundo!'"

Mas aí lembrei que, alguns meses atrás logo que a Isabella nasceu tive uma crise parecida, e processando a respeito tive algumas revelações e hoje decidi compartilhar por aqui.

Trabalho em um Instituto de Cinema, aonde antes de ter a Isabella, ajudei a treinar centenas de alunos de todas as partes do mundo com mídia e fotografia para que eles fossem lá fora 'dignificar' a humanidade e dar voz aos sem voz com suas fotos e vídeos. Tivemos vários resultados positivos como uma mudança de lei no Panamá relacionada adoção assim também como muitos desafios. Com essas e outras histórias vindas de várias partes do planeta a sensação que se tem é que você realmente está fazendo uma diferença nessa terra nem que seja minúscula, mas que é parte de algo.

Agora que fico mais em casa do que lá fora, as vezes bate a crise em mim e em muitas outras mães amigas minhas que se sentem da mesma maneira, de que você está perdendo algo. É como se em nossa geração fossemos treinadas de uma maneira tão individualista e egoísta que, aquilo que antes era orgulho no tempo de nossas avós e tataravós, virou vergonha e nos passa a sensação de que fomos diminuídas em nossas vida por causa da maternidade.

A minha experiência não é muito diferente daquelas mamães que sofrem entre as palavras "carreira" e "maternidade" como se uma competisse com a outra.

Quem disse?? Aonde está escrito que uma tem que competir com a outra?

Porque se pararmos pra pensar, usando meu exemplo, fotografia é apenas o meu trabalho mas isso não define quem eu sou como pessoa. É o que amo fazer e a ferramenta que uso no momento para dar luz e voz. Ser mãe está dentro de mim gravado em todas as células do meu corpo mesmo antes de dar a luz a minha primeira filha. Mesmo se perdesse meus filhos um dia, JAMAIS deixarei de ser mãe,

uma vez mãe sempre mãe.

Isso mostra a importância desse papel na vida das mulheres e o fato da sociedade ocidental ter diminuído tanto ao ponto de trazer culpa ao coração daquelas que nasceram para serem mães. Seja de sangue ou de coração, não tem experiência no mundo que revele o amor MAIOR pra nós do que a maternidade. Filhos não são um peso, filhos são investimento, eles que irão definir o futuro das cidades, dos países, do mundo.

Um dia dirigindo o carro voltando de um projeto fotográfico me senti meio confusa em relação ao meu papel agora com um bebê de dois meses no colo e uma máquina no pescoço. Senti uma voz compartilhando comigo assim: "Nádia, todos esses projetos por mais que influenciem o mundo e venham impactar a humanidade, um dia eles estarão em prateleiras ou guardados em caixas e ninguém vai lembrar mais deles, eles são momentâneos, em 10 anos tudo isso que você se encontra envolvida hoje será diferente, mas em 10 anos seus filhos estarão lá, sendo preparados para amar e influenciar a próxima geração...

Nádia, SEUS FILHOS SÃO AS FLECHAS MAIS AFIADAS QUE VOCÊ POSSUI PARA MUDAR O MUNDO, INVESTE NELES E VOCÊ NÃO VAI SE ARREPENDER..."

Tive um choque dentro do carro e comecei a pensar que tudo nessa vida passa, mas que as coisas mais preciosas que possuo hoje são os bons ensinamentos que recebi dos meus pais e as memórias que me construíram para ser quem sou hoje. É óbvio que a vida é um aprendizado sempre, estou longe da perfeição mas caminhando para ser uma pessoas melhor. É isso que desejo para os meus filhos, que eles entrem nessa jornada para descobrirem e serem TUDO o que foram criados para ser. Que eles guardem princípios bons e priorizem o que é mais valioso nessa vida: Deus, o amor e o próximo. De que eles saibam que tudo o que é material que a gente sonha em ter todo dia, vai passar, mas as memórias ficam.

Quero aprender a lançar meus filhos pro alvo daquilo que o Criador tem sonhado pra eles. E que isso seja parte da pequena porção que possa mudar o mundo. Eu não tenho controle sobre as escolhas que eles irão fazer no futuro mas eu posso lançar sementes no coração deles para que sejam inclinados a fazer escolhas boas na vida.

Sim, eu sonho com projetos fotográficos muito loucos, sonho em viajar o mundo e documentar as histórias de mulheres, orfãos e refugiados. Sonho em entrar em lugares para trazer imagens que o mundo não vê no dia a dia, sonho em documentar o dia a dia dos lugares aonde o mundo não crê haver esperança. Sonho alto e sonho louco, mas sei que nunca deixei de mudar o mundo e ser uma partícula relevante nessa história que envolve bilhões, o que mudou é a maneira como estou fazendo isso nessa fase da vida.

Mudando o mundo.... uma fralda de cada vez ; )

Texto escrito por Nadia Otake, é mãe (antes de tudo!), missionária de Jocum no Havaí, fotógrafa, casada com Ricardo Otake e mãe da pequena (e linda) Isabella. São amigos muito queridos e que fizeram e continuam fazendo muita diferença pra muitas pessoas mundo afora! A família Otake escreve em seu blog pessoal sobre seu dia a dia e suas aventuras, e você pode acessar clicando aqui!

Barcos e Lírios

By : Kadu


Penso, paro, sonho e logo me arrisco
pela doce serenata que cantas para mim o sol adormece.
O céu se torna claro, calmo e carente de atenção,
pano de fundo para minha oração.

O que dizer? Grande tem sido suas obras.
Ouço um sussurro ao pé do ouvido pela manhã me dizer:
Não temas, espere, caminhe, EU SOU.

A segurança me envolve de sonhos
à sombra de suas asas eu descanso e confio.
Teu amor lança fora meus medos e me torna
vivo na verdade da luz.

Por fim, acabo mesmo por não temer,
nem a morte, nem a sorte,
nem a cruz, nem o recomeço.



Me deito novamente e me deleito em tua graça.
A noite me abraça, envolvendo-me em um sonho
de barcos e lírios. Enfim, a esperança.




Poesia feita pelo mano, mestre e pastor Gustavo Torres, novo integrante deste blog.
Seja bem vindo meu querido!

Percepções de si mesmo

By : Kadu


Necessitamos ser amados. O orgulho é uma espécie de disfunção na capacidade de perceber-se amado. Portanto,  o orgulho pode ser o estado de uma alma insegura, a manifestação de uma carência que desconfia jamais ser suprida. 
Vive-se como se a vida fosse um concurso. Só que o orgulhoso procura, além disso, não apenas ser classificado, mas ser o primeiro. Afinal, ele não pode viver sem provar a si mesmo e exibir aos outros que ele é melhor.
Geralmente o orgulhoso não tem consciência de que é assim. Entende-se apenas como esforçado,bastante dedicado, que se interessa inteiramente pelas coisas, que não desiste - enfim, um brasileiro superior. A razão pode ser um forte apoio para justificar -se e defender-se inconscientemente.
O que predomina naquele que é tomado pelo orgulho é a competição. E quem compete, necessariamente, precisa observar o outro. Vive prestando atenção no desempenho do próximo a fim de superá-lo. Ou seja, a comparação é como o ar que ele respira. Não consegue viver sem isso, está o tempo todo julgando.
O orgulhoso é compelido a insinuar seus feitos todo o tempo. Ofender-se não é mencionado. Considera-se facilmente injustiças e que os demais são ingratos,  quando se trata,  na verdade, de dificuldades suas.
Dominado pelo orgulho, assume um jeito de viver em que a autossuficiência se revela, às vezes, discretamente, em outras ocasiões, explicitamente. Assim seus dias ficam mais cansativos, pois vivem acorrentados ao peso de não poderem pedir ajuda. sentem como se isso fosse uma vergonha mortal.
Tudo isso compromete sua capacidade de gratidão. O orgulhoso vive inconformidade com a falta de reconhecimento dos que o cercam quanto a tudo que já fez. Chega a julgar o próprio Deus e vê-se no direito de explicar por que percebe que de certa forma Deus está em dívida com ele. Em última análise, pode concluir que Deus não é de fato confiável, pois não é justo. Sendo assim, vive uma solidão cruel, que se esmera por disfarçar.
A alma adoecido pelo orgulho acaba por viver seus dias miseravelmente. Vê inimigos o tempo todo sente uma perseguição implacável em seu cotidiano. Portanto, envelhece com raízes de amargura, com dureza ímpar, com sofrimentos desnecessários. A distorção na maneira de olhar e interpretar a si mesmos, os outros e o seu contexto enruga a alma de tal maneira que poucos vestígios sobraram da imagem de Deus, o criador.

Tais Machado, paulistana, é psicóloga clínica e professora em seminários teológicos. É secretária nacional de capacitação da Aliança Bíblica Universitária do Brasil. Escreveu esse texto para Ultimato, novembro-dezembro 2011, n 333.

O espetáculo da Graça!

By : Kadu

Esse vídeo veio a mim através de um compartilhamento no facebook e não pude deixar de meditar, pensar e chorar com ele. Não sei você, mas eu sou extremamente sensível quando o assunto é receber algo infinamente maior do que se pode doar..., a isso chamo Graça!
Assim como a garotinha, que deu aquela moeda, somos também eu e você, sempre achando que vamos "recompensar" Deus por seu bom "espetáculo", sua boa canção, que chega até nossos ouvidos. Por exemplo, quando temos nossos momentos de música na igreja, (que todo mundo chama de louvor mas que prefiro chamar de "louvação"), é o mesmo que jogar a moeda no chapéu de Deus. Pense bem, achamos que dar glória a Deus é recompensá-lo com uma atitude que poderia até surpreendê-Lo, como dar algo de nós. Entenda meu querido: nenhuma atitude de doação de nossa parte, ou de renúncia, por maior e mais bonita que seja, jamais vai se comparar à orquestra que o Pai já nos deu através do maestro Jesus Cristo!! Não há moeda que possa pagar o preço pela surpreendente orquestra de Deus!
Qualquer que seja nosso serviço em prol do Reino, em prol da igreja, em prol de Deus, nunca poderá substituir o servir de Deus, através de Jesus Cristo, à toda humanidade. 
Tenho certeza que a idéia de alguém colocar a moedinha ali era simplesmente pra ser participante do que iria rolar de qualquer maneira. Assim também nossa vida pra Deus, nossas ofertas, nossas renúncias, nossa louvação, nossos cultos, tudo esteja em seu devido lugar, não para superestimar que nós somos, mas pra que simplesmente sejamos participantes do serviço de Deus por todos nós, da sua Graça irresistível, do seu Amor incomparável! Que o privilégio daquela garotinha nos ensine..., que possamos nos sentir privilegiados por termos acesso livre pra participarmos de tamanho evento que Deus está realizando nesse mundo!
Que possamos olhar pra nós mesmos de maneira mais humilde, entendendo que o show já está preparado, pronto, ensaiado..., e que Deus tem a melhor música, o melhor arranjo..., e que Ele não se surpreende conosco mas, ao contrário, nos surpreende todos os dias com sua bela música, com seu "inesperado" acontecendo.
Que possamos apenas sentar e escutar a boa música, do grande maestro e sua orquestra...

Evidenciando o Reino de Deus através da pobreza de espírito(Contracultura)

By : Kadu
Por onde andarmos e pra onde olharmos veremos incitações veementes contra o Reino de Deus e, assim mesmo, nos omitimos dessa "guerra" e dançamos conforme a música.
Faça um exercício e por onde passar hoje observe os outdoors, as placas e anúncios das lojas ao redor, tente (sem ser inconveniente) escutar algumas conversas ao seu redor. Depois reflita pra onde, invariavelmente, tudo isso aponta. Facilmente observará que muito, mas muito mesmo, se é dedicado à promoção de si mesmo, ao enriquecimento vaidoso, ao narcisismo, ao culto do "meu".
Agora, infelizmente, faça outro exercício, caminhando próximo a igrejas e "crentes" pra ouvir e ver o que pensam, o que dizem e atrás do quê tem corrido. Travestido de "gospel" você encontrará o mesmo fim: o eu, o meu!
Afinal, é uma "derrota" muito grande ser encontrado fora dessa "roda" hoje em dia. Por isso até mesmo os "crentes" tem que se propor a entrar nessa. Afinal, "temos que estar sintonizados com o mundo ao nosso redor".
Desculpas são das mais variadas...
E é claro que dou um "desconto" praqueles que não se declaram cristãos, por que ao menos são coerentes com seus maus pensamentos, mas dedico essa reflexão aos que se dizem cristãos mas tem caminhado num caminho que não é o Caminho, entende? Esses, que deveriam evidenciar o Reino de Deus, pensam que o estão promovendo através dessa cultura do eu, da prosperidade material, cultura do "pedestal", do estar acima dos outros, da cabeça e não da cauda. Porque ainda não entenderam que não é demonstrando para o mundo uma riqueza que o mundo pode conquistar que de fato estarão demonstrando a riqueza do Reino de Deus, de se pertencer a esse Reino.
Como essa maneira de pensar tem adentrado os círculos e ambientes "cristãos", temos visto que a manipulação dos termos, e consequentemente da mentalidade, tem sido cada vez pior. Um exemplo simples é que, como já escrevi, dentro das igrejas ainda se busca o reino, mas o reino do eu, da riqueza, da prosperidade material (e a qualquer cu$to). "O importante é estarmos promovendo a igreja", dizem, sem perceberem que essa igreja é aquela com "i" minúsculo. Essa igreja com "i" minúsculo infelizmente não tem tido parte no Reino de Deus, mas num reinado só dela.
Se essa igreja lesse mais vezes e estudasse com profundidade o sermão do monte, proferido pelo próprio Cristo, talvez algumas dessas idéias absurdas seriam deixadas de lado. 
Talvez, a se deparar com um simples (mas poderoso) verso que diz que é dos "pobres (humildes)" de espírito o Reino, finalmente parariam e cantariam uma canção nada gospel (segundo a "roda" atual do movimento gospel): "Nada em minhas mãos eu trago, simplesmente à tua cruz me apego; nu, espero que me vistas; desamparado, aguardo a tua graça; mau, à tua fonte corro; lava-me, Salvador, ou morro."
Talvez passaríamos a olhar menos pra nós mesmos e mais para os outros. Ou, ainda olharíamos constantemente pra nós mesmos, mas com as lentes corretas de quem somos, como o publicano que clamava de cabeça baixa: "Deus, tem misericórdia de mim, pecador!"
Pensaríamos mais como Calvino: "Só aquele que, em si mesmo, foi reduzido a nada, e repousa na misericórdia de Deus, é pobre de espírito".
Devemos caminhar no oposto dessa cultura do eu, do meu, ainda que tenhamos que ser contra várias coisas dentro de nossos próprios círculos "cristãos", dentro de nossos cultos e nossas igrejas. Afinal, não é só fora desses círculos que vemos isso ocorrendo (a promoção do reino "meu"), mas bem mais perto de nós..., até mesmo dentro de nós!
Pra enriquecer essa breve reflexão, cito um trecho do livro que atualmente estou lendo, Contracultura Cristã, do John Stott: "... bem no começo do Sermão do Monte, Jesus contradisse todos os juízos humanos e todas as expectativas nacionalistas do reino de Deus. O reino é concedido ao pobre, não ao rico; ao frágil, não ao poderoso; às criancinhas bastante humildes para aceitá-lo, não aos soldados que se vangloriam de poder obtê-lo através de sua própria bravura. Nos tempos de nosso Senhor, quem entrou no reino não foram os fariseus, que se consideravam ricos, tão ricos em méritos que agradeciam a Deus por seus predicados: nem os zelotes, que sonhavam com o estabelecimento do reino com sangue e espada; mas foram os publicanos e as prostitutas, o refugo da sociedade humana, que sabiam que eram tão pobres que nada tinham para oferecer nem para receber. Tudo o que podiam fazer era clamar pela misericórdia de Deus; ele ouviu o seu clamor."
A grande consequência de se passar a pensar assim é a mudança completa de mentalidade em relação a nós mesmos (somos pobres, cegos e nus, dependentes totalmente de Cristo e da sua graça), às pessoas ao nosso redor (que são tão iguais a nós, nem mais, nem menos) e ao próprio Deus (que não é nosso "bichinho virtual" ou marionete manipulável, mas o grandioso e eterno Deus, que desceu com graça e compaixão e nos alcançou, por Ele mesmo!). 
Tudo estará no seu devido lugar..., isso é o Reino de Deus: tem um Rei, que reina, e tem aqueles que humildemente se rendem a esse governo porque entendem o amor com que esse Rei reina e trata seu povo, e sabem que recebem as benesses desse Rei de graça, sem merecer; e existem os que não se deixam governar porque ainda não compreenderam essa graça, esse amor e essa justiça do grande Rei, os quais devemos alcançar pelo testemunho evidenciado em nosso meio da melhora integral da vida daqueles que adentram esse reinado. E só evidenciamos isso quando não fazemos por merecer (pois é precisamente isso que afasta as pessoas do conhecimento do Rei e de seu reinado), mas vivendo a vida em humildade (pobreza) de espírito, conscientes de nós mesmos e debaixo de sua Graça!

O primeiro Amor que amou primeiro...

By : Kadu
reflexão baseada nos seguintes trechos: Apocalipse 2:1-7; Lucas 10; 1 João 4; Mateus 7:21-23; Lucas 2:41-50.


Tenho visto a crise que vivemos em nosso cristianismo atual. É tanta vaidade, tanto "achismo", tanto despreparo, tanto "tiro no escuro" (pelos muitos trabalhos, obras, eventos e agendas lotadas), porém o resultado real e duradouro não surge.
E não digo isso de gente desinteressada, que não busca relevância, mas de gente que de certo modo busca fazer alguma coisa, algum tipo de diferença. O que acontece é que em algum momento aconteceu a grande queda que reverteu todo bom trabalho, toda boa motivação em algo estranho ao próprio Cristo, mesmo fazendo tudo "em seu nome".
Quando a igreja de Éfeso é alertada, em Apocalipse, sobre algo que deveria ouvir do Espírito, o fato é exatamente esse. Jesus diz praquela igreja que a conhece, que sabe do trabalho árduo dela, sabe de como ela sempre resistiu à mentira e aos mentirosos. Imagina só, isso é um elogio e tanto. Hoje tomamos por certo tudo o que fazemos quando recebemos elogios como esses. Se você, seu ministério ou sua igreja recebesse uma mensagem dessa do próprio Cristo, como ficaria seu coração?
Creio que muitas igrejas e ministérios hoje tem ouvido essa parte da mensagem do Espírito e tomado para si, porém ignorando o que o Espírito continuou dizendo para os efésios, com muita graça: "tenho, porém, contra ti..."!
A pergunta é se nós hoje estamos dispostos a ir um pouco além e ouvir o "porém" do Espírito. E não só ouvir, mas atentar pra isso.
Quando Cristo envia os setenta discípulos pra irem falar sobre as boas novas, Ele os enche de autoridade pra isso. E quando voltam, passam um relatório animador, cheio de vitórias, fruto de seus trabalhos árduos, em nome de Jesus. Eles dizem que até mesmo os demônios se submetem a eles no nome de Cristo..., isso é fantástico. Talvez uma marca da aprovação do ministério e trabalho deles. Porém, o que Cristo diz ali, soa como o que Ele diria mais tarde, para a igreja de Éfeso: "eu sei de tudo isso meus queridos, eu via satanás caindo do céu como um relâmpago..., eu mesmo dei essa autoridade pra vocês..., eu sei do que são capazes em meu nome..., PORÉM, não deve ser esse o motivo da alegria e do contentamento de vocês. Se alegrem porque o nome de vocês está escrito nos céus. Se alegrem não por algo que vocês estão fazendo, mas por algo que EU JÁ FIZ por vocês".
Creio que a raiz da grande maioria das crises que passamos atualmente tem a ver com esse fato que Cristo quer nos alertar: não se trata de nós, mas de Deus!
Não se trata de nossa autoridade, de nosso trabalho, de nossas grandes ou pequenas obras. Não se trata de nossas responsabilidades assumidas, de nossas renúncias, de nossas ofertas de amor. Não se trata de nosso jejum, de nossa oração, de nossa devoção, de nosso louvor, de nosso choro ou riso. Não se trata de nossas viagens missionárias, de nosso esforço, de nosso suor, de nosso trabalho árduo. Não se trata de nossa resistência aos homens maus e mentirosos. Não se trata de nós..., se trata de Deus!
À igreja de Éfeso, Jesus disse que apesar de todo o trabalho, de reconhecer o esforço daquela comunidade, eles haviam esquecido de algo essencial: o primeiro amor. O recado é claro: volta! Lembra de onde foi que caiu, de quando foi que o trabalho deixou de ser resultado do amor de Deus, que nos amou primeiro...
Até mesmo nosso amor por Cristo, não se trata de nós..., porque Ele nos amou primeiro! E nós só o amamos porque Ele nos amou primeiro!
Outro texto que me lembro aqui é de quando os pais de Jesus o esqueceram em Jerusalém. Pensa comigo, como é possível alguém esquecer o próprio Cristo numa viagem. Ainda mais ele sendo uma criança ainda..., ainda mais eles sendo seus pais! A resposta que mais se encaixa ali é que seus pais estava tão acostumados com sua presença, com caminhar com Jesus que acabaram por não dar a devida importância a sua presença com eles..., pelo costume, por aquilo que era normal, continuaram a caminhada e Jesus os acompanharia. Nem perceberam que Jesus havia ficado lá.
Assim somos nós com nossos trabalhos, nossas boas obras, nossos ministérios. Acabamos por "esquecer" o primeiro amor pelo costume, pela normalidade da vida na caminhada cristã. Quando deixamos de lado a novidade de vida, dia após dia, de se andar com Cristo, podemos estar fazendo o trabalho de Cristo sem Cristo. Quando deixamos de lado aquilo que tínhamos quando nos apaixonamos por Cristo, quando compreendemos sua paixão por nós e recebemos seu amor para depois o amarmos e assim ver as obras como resultado disso, acabamos por esquecer Jesus e continuar a "caminhada cristã".
Porém...
Temos que voltar...
E a crise está aí. A grande maioria ou não quer voltar, ou não reconheceu ainda estar caminhando sem o Caminho.
O problema da volta é que deve haver o reconhecimento, a confissão, o arrependimento. Os pais de Jesus tiveram que viajar de volta e procurar por 3 dias pra chegar até ele. Quando o encontraram ainda tomaram uma boa bronca, ali não do filho deles, mas do Filho do Pai que nele estava. Isso dói, ainda que seja amor, não é fácil.
Já o problema daqueles que ainda nem reconheceram caminhar com Cristo..., bom, pode ser que cheguem no momento de estarem diante de Cristo e ouvirem um "não os conheço", apesar de dizerem: "mas em teu nome expulsamos demônios e fizemos sinais e maravilhas". Que seus ouvidos sejam abertos antes, pra ouvirem o que o Espírito tem a dizer.
O bom é que quando reconhecemos isso, que não se trata de nós mas de Deus, muito dessa crise é superada. Já não vamos mais aos cultos por nós mesmos, por nossa vaidade, nosso egoísmo. Já não buscamos com toda nossa força recebermos bençãos e mais bençãos. Já não corremos atrás dos milagres. Já não desejamos tanto assim as mãos que cumprem as promessas feitas a "mim". Já não cantamos 80% das músicas gospel nacionais. Já não investimos nosso dinheiro em coisas que passam ou que tem tanta importância quanto um ar-condicionado ou um banco acolchoado. Já não ficamos em crise quando o pastor não nos visita 5 vezes por semana. Não culpamos Deus por não conseguirmos um emprego, uma cura ou qualquer coisa. Não manipulamos pessoas para nosso benefício pessoal. Não seremos tão paternalistas e ditadores em nossa liderança. As agendas ministeriais não tomarão conta de tudo, deixando em segundo plano o que é mais importante, como a família por exemplo. Não nos vangloriaremos de resultados numéricos. Não disputaremos membros com outros ministérios. Na verdade, nem mesmo fecharíamos paredes e portas pra delimitarmos nosso território ministerial ou eclesiástico.

E aí, o resultado é o amor. O primeiro amor. O Amor que vem primeiro! O amor que resulta em trabalho. Um trabalho totalmente altruísta, em forma de serviço, em benefício do Reino do Rei de Amor. Porque, de fato, já não se trata de nós, mas única e exclusivamente de Deus!

Cruz, sofrimento e espiritualidade

By : Kadu
“...Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios.” (1Co 1.23).

Vivemos numa sociedade que abomina a realidade do sofrimento. Por todos os meios tenta negar a sua existência. Muitos são os meios empregados, desde a alienação das drogas lícitas e ilícitas, às técnicas psicológicas e às indústrias do cosmético e entretenimento. Também religiões tradicionais falam do absurdo do sofrimento como uma contradição da existência humana em face de seu propósito em ser feliz. 

A cultura contemporânea acusa o Cristianismo de ter glorificado o sofrimento, dizem que não faz bem para a alma ser confrontada, por meio da cruz, com os lados desagradáveis da vida. Por isso, infelizmente, no contexto cristão, ou pelo menos, que se faz passar por cristão, não poucas expressões eclesiásticas também anatematizam o sofrimento e a imagem da cruz. Reputam o sofrimento sempre como uma ação demoníaca, ou na maioria das vezes, oprimem os fieis reputando à falta de fé e de obediência à Deus o sofrimento experimentado. Claro, os demônios tem poder limitado e limitada liberdade para impingir certos tipos de sofrimentos. A incredulidade e a desobediência também trazem consigo os sofrimentos que lhes são próprios. Mas, o fato é que, o sofrimento faz parte da contingência humana. 

Todos seremos acometidos pelo “absurdo” do sofrimento, da contradição unilateral dos elementos desta existência que escapam à nossa vontade ou controle. Se o sofrimento fosse apenas uma simples questão de falta de fé ou desobediência, o que teríamos a dizer de Paulo, Estêvão, Pedro e todos os mártires que regaram o chão da Igreja com o seu sangue? 

Precisamos redescobrir a espiritualidade da cruz como linguagem para entender e integrar o sofrimento como parte essencial na formação de nosso caráter, mas também como marca de genuinidade de nossa fé vivida na contramão dos valores e das medidas deste mundo. Os cristãos antigos perguntavam menos pela razão do sofrimento. Para eles, fazia parte de sua existência no mundo. Mas eles viam na cruz uma ajuda para passar pelo sofrimento sem perecer. A cruz os fortalecia e lhes dava a esperança de que não haveria sofrimento definitivo. 

Ainda que a cruz termine na morte, ela aponta para a ressurreição, para a transformação do pior sofrimento possível em nova vida, em vida indestrutível. Assim entendemos que o sofrimento entendido na perspectiva da cruz de Cristo é a realidade que cruza e contraria diariamente nosso caminho e nossa vida para quebrar as ideias erradas que construímos em relação a nós mesmos, corroborando assim para a nossa maior identificação com Cristo. É aquela nova criação para a qual valem outras medidas, que não as de uma existência puramente mundana, que precisa se orientar pelas leis desumanas deste mundo caído. 

O mundo, com suas medidas e seus parâmetros de desempenho, reconhecimento e felicidade, já não tem poder sobre nós. O sofrimento recebido na sabedoria da cruz é um sinal da graça de Deus e um protesto contra as nossas tentativas de redimir-nos a nós mesmos e de comprar a nossa salvação com o desempenho próprio. O sofrimento nos coloca em nosso lugar: criaturas incapazes que dependem da Graça de Deus. Se não fossem as contradições da vida e se tudo fosse só sucesso, facilmente nos idolatraríamos a nós mesmos, como tantos fazem por aí, como “Narcisos” incensando a própria vaidade. 

Por mais absurdo que possa soar aos nossos ouvidos aburguesados, a espiritualidade da cruz é a chave para a verdadeira vida. Longe de nós desejarmos o sofrimento, ou atraí-lo, ou produzi-lo gratuitamente (isto seria uma blasfêmia e negaria a própria verdade e utilidade da cruz no gracioso plano redentor do Pai). Mas longe de nós também negar ou não acolher a realidade do sofrimento, categorizando-o como absurdo. 

Aprendamos dos antigos cristãos: 

“Teu Senhor não foi pregado no poste da cruz? Tu deves imitar o teu Senhor! Se amas teu Senhor, então morre a mesma morte que ele e faze o caminho do apóstolo: ‘O mundo foi crucificado para mim, e eu para o mundo.’ (Gl 6.4). Por mundo entenda: elogio humano, poder e sucesso exterior, fama, riqueza, luxúria, bebedices e glutonerias, fofocas e maledicências...Crucifica-te para estas coisas” (João Crisóstomo). 

“E, assim, quando sofrer, que seja por fazer o bem, ou, para te fazer bem” (Tertuliano). 

Não existe Cristo sem crucificação. Não existe cristão sem Cruz!

Nos laços da cruz gloriosa,

_______
Rev. Luiz Fernando dos Santos é pastor-mestre da Igreja Presbiteriana Central de Itapira (SP). 
Texto originalmente publicado no site da Ultimato (http://www.ultimato.com.br/conteudo/cruz-sofrimento-e-espiritualidade?__akacao=1540896&__akcnt=67e99683&__akvkey=8e4d&utm_source=akna&utm_medium=email&utm_campaign=Newsletter+%DAltimas+164+-+13%2F08%2F2013)

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