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Posted by : Kadu quarta-feira, dezembro 11, 2013



Fico pensando na nossa mediocridade em relação a nós mesmos e nosso relacionamento com Deus e com os outros...
O pensamento de super-homem que nos acomete, principalmente quando temos realizações o "suficiente" pra isso, faz de nós menos amantes do Pai, menos relacionáveis com outros e menos reconhecedores de quem nós somos. Batemos no peito e achamos que, desse ponto em diante, se trata de nós mesmos e podemos caminhar com nossos títulos, nossas forças, nossa inteligência, nossas realizações..., Deus vira um acessório pra corroborar e assinar embaixo apenas, no tocante as minhas "gloriosas virtudes". 
Estou me lembrando demais do meu falecido pastor Brennan Manning nesse momento...
Conversando com uma pessoa sobre relacionamento com Deus, percebi a necessidade que temos de cura de traumas que passamos em nossa vida e relacionamento com Deus. Porque? Porque isso nos bloqueia de nos relacionarmos com Ele, nos fazendo negar tudo o que diz respeito a Ele..., colocamos tudo num pacote
só e rejeitamos tudo. O que antes nos fazia bem, nos desafiava a viver plenamente a vida e trazia paz, contentamento e felicidade real, independentemente de qualquer circunstância, agora some e dá lugar a uma vida onde EU controlo tudo. Mais uma vez, nos tornamos super-heróis de nós mesmos e colocamos Deus de lado, nos relacionamos com os outro pela troca, pelo benefício que eles vão nos trazer e acabamos por não reconhecer mais exatamente quem nós somos.


Essas duas descrições acima, de situações reais, que acontecem todos os dias, me fazem pensar no texto de Lucas 7:36 - 50. Ali vemos uma pessoa, o fariseu, que parece ter vivido alguma dessas situações descritas acima, a quem nós podemos chamar de super-herói, e do outro lado alguém que também pode ter vivido
uma dessas situações descritas acima, mas com uma reação totalmente diferente em relação a presença de Jesus.
A única diferença entre os dois "tipos" descritos aí é que um deles conseguiu se curar de si mesmo, do seu senso de heroísmo e independência, do seu orgulho besta e egoísta. O que o texto parece passar, e já ouvi algumas pessoas dizendo sobre ele, é que existem os que pecam mais e os que pecam menos..., creio que a ênfase de Jesus nessa passagem não tem nada a ver com isso. Nossa condição de pecadores nos torna iguais diante de Deus e do seu perdão. Ele não perdoa alguns pecados apenas, ele perdoa todos! Ele não trouxe perdão para um pecado específico, uma ação errada que cometemos, mas para uma condição que nos afetava desde o Éden. Por isso, a ênfase aqui está no olhar que temos acerca de nós mesmos, e a consequente resposta que damos a esse fato.
O fato de olharmos pra nós mesmos com os filtros de nossas realizações, nossos feitos, sejam eles de super-heróis, sejam eles de frustração, nos fazem amar pouco, ou seja, refletir pouco quem Deus é, porque Ele é amor! E isso é crucial para uma sociedade ser afetada positiva ou negativamente, expandindo o Reino de Deus, ou expandindo os reinos do nosso próprio eu. Isso porque sem amor, sem amar, não compreendemos que Deus é, que nós somos, quem os outros são.
Agora, o fato de olharmos pra nós mesmos com o filtro do amor e perdão de Deus, demonstrados no sacrifício na Cruz, na renúncia do próprio Deus em se tornar homem como nós, nos fará reconhecer nossa incompletude (como diria o mestre Brennan), nossa fraqueza, nossas debilidades, nossas atitudes e pensamentos maus, nossas reações exageradas, nossa intolerância, nossa mentira, nossa falsidade, nossa
maneira de manipular os outros, nosso egoísmo, e por aí vai, numa lista interminável de frutos da nossa condição de pecadores, desde o Éden!
E ao que muito é perdoado, muito ama! Ao que compreende sua situação perante Deus, consequentemente compreendendo sua situação perante a sociedade e diante de si mesmo, muitos pecados como que "surgem" diante de nossa mente, nos mostrando a realidade do "sangue assassino" que corre em nossas veias..., mas também surge a necessidade de alguém que possa trocar esse sangue por algo novo, diferente, que traga vida, que traga a Vida! 
O fato aqui não é que seu pecado é maior ou menor que o do seu vizinho. O fato aqui é que todos pecamos e carecemos da graça de Deus, sendo assim, todos estamos em igual condição diante desse fato. A resposta que temos dado e as consequências que trazemos ao mundo ao nosso redor e a nós mesmos é que difere nesse caso. 
Alguns de nós tem reconhecido que não são super-heróis, não podem caminhar sozinhos. Alguns tem reconhecido diariamente a condição a que estão expostos e os pecados que são fruto disso. Estes percebem que somente um ato de total entrega, daquilo que lhe é valioso, como no caso da mulher do texto,
com humildade e verdadeiro reconhecimento de quem se é, nos trará a consciência real do perdão de Deus, de quem Ele realmente é, de onde Ele nos tirou, do que Ele nos livrou, e assim o resultado natural disso será o amor. Amaremos a Deus sobre todas as coisas, e ao nosso próximo como a nós mesmos. O grande problema de identidade que nos aflige nesse mundo afora, e que interfere em todas as relações entre todas as pessoas, acaba por ser "resolvido". Resolvido entre aspas pra que não dê a falsa sensação simplista da coisa toda.
Como bem disse Paulo, nossa luta vai continuar, porque nossa carne continuará militando contra o espírito, mas, enfim, nosso "estado" de humildade em relação a quem nós somos, a quem Deus é, e ao nosso próximo, nos fará ter sempre essa consciência de que somos apenas pecadores carentes da graça de Deus, nada mais..., se somos santos, como alguns se intitulam, o somos porque Deus vive em nós e nos santificou..., nossa santidade nesse caso não se trata de nós, de nossas realizações na luta contra o pecado, mas da realização de Cristo na cruz, na luta dEle contra o pecado!
Uma última observação disso tudo é que nosso pecado não diminui ou altera o amor de Deus por nós, mas diminui ou altera nossa reação de amor por Ele, por nosso próximo e por nós mesmos!
Pense nisso, seu "santo-pecador"!

"... Mas onde pouco é perdoado, pouco amor é mostrado..."

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