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Posted by : Kadu quarta-feira, agosto 21, 2013

reflexão baseada nos seguintes trechos: Apocalipse 2:1-7; Lucas 10; 1 João 4; Mateus 7:21-23; Lucas 2:41-50.


Tenho visto a crise que vivemos em nosso cristianismo atual. É tanta vaidade, tanto "achismo", tanto despreparo, tanto "tiro no escuro" (pelos muitos trabalhos, obras, eventos e agendas lotadas), porém o resultado real e duradouro não surge.
E não digo isso de gente desinteressada, que não busca relevância, mas de gente que de certo modo busca fazer alguma coisa, algum tipo de diferença. O que acontece é que em algum momento aconteceu a grande queda que reverteu todo bom trabalho, toda boa motivação em algo estranho ao próprio Cristo, mesmo fazendo tudo "em seu nome".
Quando a igreja de Éfeso é alertada, em Apocalipse, sobre algo que deveria ouvir do Espírito, o fato é exatamente esse. Jesus diz praquela igreja que a conhece, que sabe do trabalho árduo dela, sabe de como ela sempre resistiu à mentira e aos mentirosos. Imagina só, isso é um elogio e tanto. Hoje tomamos por certo tudo o que fazemos quando recebemos elogios como esses. Se você, seu ministério ou sua igreja recebesse uma mensagem dessa do próprio Cristo, como ficaria seu coração?
Creio que muitas igrejas e ministérios hoje tem ouvido essa parte da mensagem do Espírito e tomado para si, porém ignorando o que o Espírito continuou dizendo para os efésios, com muita graça: "tenho, porém, contra ti..."!
A pergunta é se nós hoje estamos dispostos a ir um pouco além e ouvir o "porém" do Espírito. E não só ouvir, mas atentar pra isso.
Quando Cristo envia os setenta discípulos pra irem falar sobre as boas novas, Ele os enche de autoridade pra isso. E quando voltam, passam um relatório animador, cheio de vitórias, fruto de seus trabalhos árduos, em nome de Jesus. Eles dizem que até mesmo os demônios se submetem a eles no nome de Cristo..., isso é fantástico. Talvez uma marca da aprovação do ministério e trabalho deles. Porém, o que Cristo diz ali, soa como o que Ele diria mais tarde, para a igreja de Éfeso: "eu sei de tudo isso meus queridos, eu via satanás caindo do céu como um relâmpago..., eu mesmo dei essa autoridade pra vocês..., eu sei do que são capazes em meu nome..., PORÉM, não deve ser esse o motivo da alegria e do contentamento de vocês. Se alegrem porque o nome de vocês está escrito nos céus. Se alegrem não por algo que vocês estão fazendo, mas por algo que EU JÁ FIZ por vocês".
Creio que a raiz da grande maioria das crises que passamos atualmente tem a ver com esse fato que Cristo quer nos alertar: não se trata de nós, mas de Deus!
Não se trata de nossa autoridade, de nosso trabalho, de nossas grandes ou pequenas obras. Não se trata de nossas responsabilidades assumidas, de nossas renúncias, de nossas ofertas de amor. Não se trata de nosso jejum, de nossa oração, de nossa devoção, de nosso louvor, de nosso choro ou riso. Não se trata de nossas viagens missionárias, de nosso esforço, de nosso suor, de nosso trabalho árduo. Não se trata de nossa resistência aos homens maus e mentirosos. Não se trata de nós..., se trata de Deus!
À igreja de Éfeso, Jesus disse que apesar de todo o trabalho, de reconhecer o esforço daquela comunidade, eles haviam esquecido de algo essencial: o primeiro amor. O recado é claro: volta! Lembra de onde foi que caiu, de quando foi que o trabalho deixou de ser resultado do amor de Deus, que nos amou primeiro...
Até mesmo nosso amor por Cristo, não se trata de nós..., porque Ele nos amou primeiro! E nós só o amamos porque Ele nos amou primeiro!
Outro texto que me lembro aqui é de quando os pais de Jesus o esqueceram em Jerusalém. Pensa comigo, como é possível alguém esquecer o próprio Cristo numa viagem. Ainda mais ele sendo uma criança ainda..., ainda mais eles sendo seus pais! A resposta que mais se encaixa ali é que seus pais estava tão acostumados com sua presença, com caminhar com Jesus que acabaram por não dar a devida importância a sua presença com eles..., pelo costume, por aquilo que era normal, continuaram a caminhada e Jesus os acompanharia. Nem perceberam que Jesus havia ficado lá.
Assim somos nós com nossos trabalhos, nossas boas obras, nossos ministérios. Acabamos por "esquecer" o primeiro amor pelo costume, pela normalidade da vida na caminhada cristã. Quando deixamos de lado a novidade de vida, dia após dia, de se andar com Cristo, podemos estar fazendo o trabalho de Cristo sem Cristo. Quando deixamos de lado aquilo que tínhamos quando nos apaixonamos por Cristo, quando compreendemos sua paixão por nós e recebemos seu amor para depois o amarmos e assim ver as obras como resultado disso, acabamos por esquecer Jesus e continuar a "caminhada cristã".
Porém...
Temos que voltar...
E a crise está aí. A grande maioria ou não quer voltar, ou não reconheceu ainda estar caminhando sem o Caminho.
O problema da volta é que deve haver o reconhecimento, a confissão, o arrependimento. Os pais de Jesus tiveram que viajar de volta e procurar por 3 dias pra chegar até ele. Quando o encontraram ainda tomaram uma boa bronca, ali não do filho deles, mas do Filho do Pai que nele estava. Isso dói, ainda que seja amor, não é fácil.
Já o problema daqueles que ainda nem reconheceram caminhar com Cristo..., bom, pode ser que cheguem no momento de estarem diante de Cristo e ouvirem um "não os conheço", apesar de dizerem: "mas em teu nome expulsamos demônios e fizemos sinais e maravilhas". Que seus ouvidos sejam abertos antes, pra ouvirem o que o Espírito tem a dizer.
O bom é que quando reconhecemos isso, que não se trata de nós mas de Deus, muito dessa crise é superada. Já não vamos mais aos cultos por nós mesmos, por nossa vaidade, nosso egoísmo. Já não buscamos com toda nossa força recebermos bençãos e mais bençãos. Já não corremos atrás dos milagres. Já não desejamos tanto assim as mãos que cumprem as promessas feitas a "mim". Já não cantamos 80% das músicas gospel nacionais. Já não investimos nosso dinheiro em coisas que passam ou que tem tanta importância quanto um ar-condicionado ou um banco acolchoado. Já não ficamos em crise quando o pastor não nos visita 5 vezes por semana. Não culpamos Deus por não conseguirmos um emprego, uma cura ou qualquer coisa. Não manipulamos pessoas para nosso benefício pessoal. Não seremos tão paternalistas e ditadores em nossa liderança. As agendas ministeriais não tomarão conta de tudo, deixando em segundo plano o que é mais importante, como a família por exemplo. Não nos vangloriaremos de resultados numéricos. Não disputaremos membros com outros ministérios. Na verdade, nem mesmo fecharíamos paredes e portas pra delimitarmos nosso território ministerial ou eclesiástico.

E aí, o resultado é o amor. O primeiro amor. O Amor que vem primeiro! O amor que resulta em trabalho. Um trabalho totalmente altruísta, em forma de serviço, em benefício do Reino do Rei de Amor. Porque, de fato, já não se trata de nós, mas única e exclusivamente de Deus!

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