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Posted by : Kadu segunda-feira, julho 16, 2012

Outra desculpa que comumente ouço e até eu mesmo já usei é que não sou nada, sou apenas um estudante, auxiliar de educação infantil, nem formado ainda. Não tenho influência suficiente em minha profissão, não tenho status pra fazer alguma diferença..., "quem sou eu?", é a pergunta mais comum nesses casos. Pra acabar com mais essa desculpinha, vamos dar uma olhada na história fantástica de um simples sapateiro:

William Carey (1761 - 1834), o sapateiro batista de Northampton, Inglaterra, é frequentemente chamado de "o pai das missões modernas", apesar dos moravianos e outros terem estado ativos em missões internacionais muito antes de Carey ter nascido. Entretanto, ele é visto por muitos como o instrumento através do qual as igrejas protestantes foram despertadas para a necessidade e urgência da tarefa missionária.
"Sente-se rapaz!" Foi o que Carey ouviu do pastor batista depois de sugerir que seus colegas batistas deveriam considerar investir seriamente em alcançar os não-alcançados do mundo. "Quando Deus resolver converter os pagãos, Ele o fará sem o seu auxílio ou o meu."
Carey se sentou, e então começou a escrever. O que escreveu acabou se tornando um tipo de "Carta Magna das Missões Modernas", conhecida como Uma Averiguação da Obrigação dos Cristãos em Usar Meios para a Conversão dos Pagãos e incluía uma pesquisa sobre as populações não-alcançadas e argumentos bíblicos comprovando que a Grande Comissão não foi endereçada apenas aos primeiros discípulos, como se defendia na época de Carey, mas era para todas as gerações de discípulos.
Carey estava ansioso para praticar o que pregava, então depois de fundar a Sociedade Missionária Batista em 1792, ele embarcou para a Índia com a sua família. Assim, começou a carreira missionária mais notável e que por décadas, inspirou milhares de pessoas da Europa e América.
Carey não foi somente o fundador da Igreja Protestante na Índia, mas juntamente com seus colegas William Ward e Joshua Marshman - conhecidos como o Trio de Serampore - completaram seis traduções completas e vinte e quatro traduções parciais da Bíblia nas línguas indianas como o sânscrito, assim como livros de gramática, dicionários e a tradução de livros orientais clássicos. Só até aí, já havia sido uma conquista e tanto! Mas isso não era nem metade da história.
A compreensão que Carey tinha quanto a Grande Comissão envolvia muito mais do que traduzir a Bíblia, converter pessoas e implantar igrejas, mas envolvia o discipulado de uma nação, ou seja, ensinar as pessoas como viver sob o governo de Deus.
Assim como era para John Wesley, sua paixão era a totalidade, o Senhorio de Cristo sobre todas as áreas da vida e da sociedade.
Vishal Mangalwadi, escritor e reformista social indiano, registrou as seguintes conquistas da vida de Carey. Carey, escreve Magalwadi, foi o fundador da Sociedade Agri-horticultural em 1820, trinta anos antes da Sociedade Real Agrícola ser criada na Inglaterra. Ele desenvolveu uma pesquisa sistemática da agricultura da Índia, escreveu para a publicação Asiatic Researchers (Pesquisadores Asiáticos) sobre uma reforma agrária e expôs os males do sistema de cultivo de anil (corante cor azul) duas gerações antes do sistema falir. Ele o fez porque estava horrorizado ao ver que 60% da Índia continuava uma selva sem cultivo, abandonada às feras e serpentes.
Carey foi o primeiro a escrever artigos sobre as áreas florestais da Índia, cinquenta anos antes do governo fazer sua primeira tentativa de conservação florestal. Consciente de que Deus havia dado ao homem a responsabilidade sobre a terra, ele tanto praticou quanto advogou vigorosamente o cultivo de madeira, e deu instruções práticas sobre como plantar árvores para propósitos ambientais, agrícolas e comerciais.
Ele foi o descobridor da Carey herbacea nas selvas das montanhas do Himalaia, uma variedade de eucalipto que agora leva o seu nome.
Publicou os primeiros livros sobre ciências e história natural na Índia, porque acreditava que a Criação apontava para o Criador: "Rendam-te graças todas as tuas criaturas, SENHOR" (Salmos 145-10). A natureza havia sido declarada boa pelo Criador. Não era "maya" (ilusão) a ser evitada, como era ensinado pelo hinduísmo. Ele frequentemente palestrava sobre ciência e tentava provar uma pressuposição científica básica aos indianos de que, mesmo os mais inferiores dos insetos, não eram "almas aprisionadas", mas criaturas dignas da nossa atenção.
Ele foi o pai da tecnologia da impressão na Índia, fundando a maior gráfica da nação. A maioria das gráficas tinha que comprar suas fontes tipográficas de sua gráfica missionária em Serampore. Além disso, Carey foi o primeiro a fabricar papel indiano para a indústria.
Ele também fundou o primeiro jornal em língua oriental, porque acreditava que "mais do que todas as crenças e religiões, o cristianismo busca liberdade de opiniões". Seu jornal de língua inglesa, Friend of India, foi a força que impulsionou o movimento de reforma social na nação na primeira metade do século XIX.
Carey foi o primeiro homem a traduzir e publicar grandes clássicos religiosos indianos para o inglês e responsável por tornar Bengali - considerada "apropriada somente para mulheres e demônios" - a língua mais importante da Índia. Escreveu canções evangélicas em Bengali para direcionar o amor hindu por recitais de música para Deus. Ele também escreveu o primeiro dicionário de sânscrito para estudiosos.
Ele fundou dezenas de escolas para crianças indianas - meninos e meninas de todas as castas sociais - e inaugurou a primeira faculdade asiática em Serampore, perto de Calcutá. Ele queria desenvolver a mentalidade indiana a libertá-la da cegueira causada pela superstição.
Carey foi o sapateiro britânico que se tornou o professor de bengali, sânscrito e marathi no Fort William College em Calcutá, onde funcionários públicos eram treinados.
Também introduziu o estudo da astronomia na Índia porque estava profundamente preocupado com as ramificações culturais destrutivas da astrologia: fanatismo, medos supersticiosos e a inabilidade indiana de organizar e administrar o tempo. Ele não acreditava que os astros eram deuses que governavam nossas vidas, mas que foram criados para serem sinais ou referenciais que dividiam o espaço em direções (norte, sul, leste, oeste) e o tempo em dias, meses, estações e anos, permitindo assim a criação do calendário, o estudo da geografia e da história, para que possamos ser livres para governar e não ser governados pelas estrelas.
Carey também apresentou a Índia o conceito de biblioteca pública, onde as pessoas podiam pegar livros emprestado, o que possibilitaria ao povo ter acesso às novas idéias que eventualmente iriam gerar liberdade de pensamento. Ele queria invetivar a criação de uma literatura indiana na língua nativa. Ele acreditava que os indianos precisavam receber conhecimento e sabedoria vindos do mundo todo para que pudessem se atualizar com as outras culturas. Ele desejava que as bibliotecas públicas fossem fontes de informações mundiais.
Carey foi o primeiro a trazer à Índia uma máquina de vapor, incentivando os ferreiros a fazerem a versão indiana de sua máquina. Ele também foi o precursor do conceito da poupança para combater o mal da usura.
Foi o primeiro defensor de um tratamento humano para os leprosos. Os leprosos eram normalmente enterrados ou queimados vivos por causa da crença de quem fim violento iria purificar o corpo e garantir a transmigração a uma nova e mais saudável existência, ao passo que a morte natural, causada pela doença, resultaria em quatro nascimentos sucessivos e um quinto como leproso.
Foi o primeiro a se posicionar contra a opressão das mulheres, refletidas nas práticas de poligamia, infanticídio feminino, casamento infantil, queima de viúvas (suttee), eutanásia e analfabetismo feminino, "sanções religiosas" virtualmente sinônimo de hinduísmo durante os séculos XVIII e XIX. Enquanto que os governantes britânicos aceitavam esses males sociais como irreversíveis e como parte intrínseca da tradição religiosa da Índia, Carey pesquisou, publicou e levantou uma geração de funcionários públicos que mudaram as leis.
Carey foi o pai da Renascença na Índia dos séculos XIX e XX, declara Mangalwadi. Ele desafiou a força do ascetismo, do misticismo intocável, do oculto, da superstição, da idolatria, da feitiçaria e das crenças e práticas opressivas da nação. Seu movimento culminou com o nascimento do nacionalismo indiano e com a subsequente independência da Índia. Sua "espiritualidade mundana" com uma ênfase forte em justiça e amor ao próximo, paralelo ao amor a Deus, marcou a virada de uma tendência declinante da cultura para um movimento ascendente.
Ele foi um evangelista que usou todos os meios disponíveis para iluminar todos os cantos escuros da cultura indiana com a luz da verdade. Ele é a personagem principal na história da modernização da Índia.
Sim, Carey - o visionário pai das missões modernas - tinha uma visão que se estendia além de evangelismo e implantação de igrejas e incluía discipulado de nações inteiras.
Que homem esse tal de Carey!

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