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- O sândalo e o machado
Posted by : Kadu
quinta-feira, maio 17, 2012
Anos quarenta. Cabelos brancos e os solenes casaco preto e calça listrada, traje usual dos homens da geração anterior. De quando em quando ele aparecia lá em casa, nos meus dias de menino. Geralmente portava duas grandes valises, pesadas de tanto vidro que levavam; eram quadrinho simples, feitos com gravuras recolhidas em toda porta e coladas sobre um fundo branco no qual se escrevia com normógrafo e lápis crayon, frases bonitas, muitas das quais versículos bíblicos; o contorno era uma largo passe-partout preto.
Ele fora pastor dos meus avós e morava então na região serrana do estado. Jubilado, viajava para visitar antigas ovelhas. Para ajudar na singela aposentadoria, vendia os quadrinhos. Lembro-me da imagem de um deles: uma caravela em um mar revolto; de outro, só recordo a legenda: "Seja como o sândalo, que perfuma o machado que o fere".
Essas imagens sempre se acendem em minha memória lembrando-me do cuidado que devemos dispensar àqueles que se dedicam à pregação do evangelho. É verdade que, de modo geral, os novos tempos trouxeram melhor e mais confortável situação - mais compatível com a dignidade da alta missão que desempenham - para os pastores locais.
Dói-me o coração, no entanto, ver que na maioria das vezes o mesmo não acontece com os missionários. Não sei por que a igreja, como um todo, não costuma prover o sustento dos missionários em moldes semelhantes aos dos pastores locais. Antes, obrigam-lhe a cavar o próprio sustento nas muitas comunidades que visitam para divulgar o trabalho.
A pulverização das fontes de sustento traz o desconforto de o missionário normalmente ter de sacrificar as férias no Brasil (quando missionários no exterior), para visitar, em outras cidades, as igrejas que o sustentam, a fim de lembrar-lhes que ele ainda está vivo e trabalhando. Ademais, acontece por vezes de o sustento ser suspenso por motivos diversos: durante o período de férias do missionário, sob a alegação de que a manutenção é apenas para o campo; porque a igreja local resolveu priorizar construções ou reformas; ou, ainda, porque houve mudança de pastor da igreja local e o novo não tem visão missionária.
Será que, egoisticamente, estamos pensando que missionários são como madeira de sândalo, e nos comprazemos em ficar perfumados enquanto os ferimos?
Texto extraído da Revista Ultimato, edição março-abril 2012, de autoria Antonio Carlos W. C. de Azeredo, presbítero da Igreja Presbiteriana Nacional, em Brasília, e membro do Conselho de Evangelismo e Missões da mesma Igreja.
Meu comentário é que já escrevi algum tempo atrás sobre isso e sofri com algumas respostas, muitas não postadas como comentário, talvez por medo das pessoas se identificarem.
Creio que, no momento em que o missionário precisar de tratamento médico-psiquiátrico por entrar em "parafuso" sem ter tempos de qualidade em férias e lazer no seu trabalho, aí sim começarão a compreender essas necessidades financeiras. Talvez seja tarde demais...
E ainda tem gente que manda dinheiro pros péssimos "pastores" televisivos manterem seus milionários programas e padrão de vida com jatinhos, mansões, carrões, roupas de grife..., sejamos mais inteligentes e auto-críticos pra responder a pergunta final do texto: "Será que, egoisticamente, estamos pensando que missionários são como madeira de sândalo, e nos comprazemos em ficar perfumados enquanto os ferimos?"
Muito bom! Ultimato, trazendo a tona as dificuldade em todas as areas do Reino.
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