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Posted by : Kadu terça-feira, outubro 19, 2010


Texto confeccionado em resposta à uma aula da Faculdade de Teologia que curso atualmente,  sobre missão  integral e sobre o Pacto de Lausanne. Pra melhor compreensão, leia antes os pontos do Pacto de Lausanne, clicando aqui.


 
Entendendo a origem da missão e sua proposta de restauração de todas as coisas, o que mais me chama a atenção nessas aulas que venho tendo é o ponto que fala do local da missão. E isso, precedido do alcance da missão, que nos traz Ap 5:9 e Rm 8:18-23 como resposta fundamental.
É um fato que me chama a atenção porque tenho ouvido e lido muito sobre isso ultimamente. Me faz perceber o quão distantes, a grande maioria de nós, cristãos (no meio em que posso perceber), estamos do local da missão.
Afinal, dessa maneira, o pensamento parece “travar” no aspecto transcendente do evangelho do Reino, como foi possível estudar na aula. Não há ensinamentos corretos em relação a isso hoje, mas um simples repetir de fórmulas que tem “dado certo” no campo do transcendente, deixando o imanente de lado, esquecido, quase que secularizado. Não há como, concordando com Paul Tilich, não colocar o aspecto transcendente ligado com o imanente.
E o que melhor entendo disso é traduzido da seguinte forma: devemos ser e praticar, falar e fazer.
Num claro pensamento dualista, vemos aspectos ligados ao nosso momento de devoção íntima com Deus, como a oração, meditação, leitura bíblica, expressão de louvor, etc..., sendo exaltados acima, ou até exclusivamente, daquilo que é prático e nos faz “entrar” na história, atuando em meio aos problemas e aflições da sociedade ao nosso redor. Penso que um tem que andar junto com o outro. Um tem que ser reflexo do outro, até com o mesmo grau de importância. Porque, como vemos na bíblia, a fé sem obras se mostra morta. Essa forma de “escapismo” da realidade tem se tornado comum no que tenho visto da igreja brasileira. Em detrimento de um, faz-se o bastante do outro, como forma de compensação.
Creio que isso se dá, muito provavelmente, pela covardia frente aos problemas que podem ser (e fatalmente serão) enfrentados, decorrentes da escolha de atuar na história, no mundo atual. Essa é a essência do local da missão: esse mundo e essa história.
Ficamos distantes daquilo que o Pacto de Lausanne propõe, como um todo, quando olhamos pra nosso mundo e nossa história e decidimos por ali não atuar de maneira prática, como resultado de nossa fé.
Não poderemos entender, por exemplo, os pontos 5, 6 e 10 desse pacto, porque simplesmente estamos alheios ao mundo ao nosso redor.
“Demonizamos” todas as culturas e decidimo-nos por permanecer separados do mundo, que pode nos “demonizar” também. Não olhamos para questões sociais, pois cremos que nossa função exclusiva é pensar no “imanente” relacionado com a evangelização, como se fosse possível uma coisa ser excluída de outra. E aí vivemos essa confusão total em relação ao local de atuação.
Por isso que vejo as igrejas cada vez mais fechadas em si mesmas, também ignorando o ponto 7 e 8 do pacto de Lausanne. Daí surgem-se mais disputas por quem tem a melhor doutrina, quem tem a melhor teologia, quem tem mais “poder”..., o local de atuação passa a ser o gueto evangélico apenas, casos que o pacto de Lausanne já nos alertava e fazia um pedido de perdão de forma geral, desde os anos 70.
O local de atuação é, sim, o mundo, com suas mazelas, contratempos, dificuldades e situações de problemas e aflições. É sujeito a todo tipo de sofrimento e perseguição, no mundo e na história, onde Deus se faz presente de maneira a trazer redenção. Afinal, se for apenas para os “redimidos” que Deus enviou os cristãos, sua mensagem não seria de restauração e redenção... Ainda assim, podemos ficar numa confiante tranqüilidade na mensagem de Cristo: “eu JÁ venci o mundo”!
Façamos, portanto, uma reavaliação do nosso foco de atuação, no que diz respeito ao local pra onde temos direcionado nossos esforços de evangelização.
Que, também, possamos, entender que o ponto 11 do pacto de Lausanne, “Educação e Liderança”, é de extrema importância pra coerência no transmitir das realidades das boas novas do Reino de Deus. A falta de pessoas que possam trazer ensinamentos mais coerentes, treinando líderes e discipulando pessoas com essa mesma coerência, a meu ver tem trazido pessoas sem coragem pra enfrentar os verdadeiros desafios no que diz respeito à evangelização mundial.

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