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Posted by : Kadu segunda-feira, outubro 04, 2010


Voltando a falar do tema do último post, posso destacar aqui um testemunho de minha própria vida.
Sempre gostei de artesanato manual, e sempre o fiz. Me ajudou muito, e ainda ajuda, em minha vida missionária, já que me traz um reforço orçamentário pra caminhada.
Também a muito tempo me vejo olhando para o céu e sendo amplamente ministrado por Deus. Contemplando sua beleza, as cores, as estrelas..., amo olhar a lua, por vezes escondida entre as nuvens. Essas contemplações me fizeram sempre olhar mais para o horizonte e ver as paisagens por onde passei, já que já viajei muito e morei em diferentes lugares, por conta do que mencionei sobre minha vida em missões. Passei a buscar cada vez mais “ver” Deus em todas as coisas criadas e admirar a beleza do Criador na criação. Com isso me aproximei mais do pensamento ecológico e ambiental. Passei a ver mais valor nas coisas criadas, ver traços intensos da criatividade e amor de Deus, que não se limitaram a mim e ao ser humano em geral.
Com isso acabo por perceber também as mazelas que nós, seres humanos “dominantes” temos causado com a natureza criada. Passei a me irar com desmatamentos e queimadas, com papéis diversos (chicletes, balas, anúncios, cigarros) jogados ao chão. Passei a perceber o problema do desperdício de água...
E onde entra o artesanato? Hoje faço meus artesanatos com jornais velhos, revistas, papelão, listas telefônicas, anúncios políticos, folders de comércio em geral, filtros de pó de café..., recicláveis! É muito pouco, eu sei, e não tem tanto caráter ministerial, mas faz parte já da minha vida, do meu cotidiano. Consigo tirar inclusive lucro disso, em se pensando no desenvolvimento sustentável aplicado na sociedade capitalista que vivo..., sei bem entender o consumismo que me rodeia e me manter afastado desse tipo de pensamento.


Eu creio que dessas pequenas atitudes é que podem surgir ações maiores, com ministérios do tipo do Instituto Genesis 1:28, que inclusive editou e publicou a Eco Bíblia, totalmente com materiais recicláveis. Essa ONG é coordenada pelo pastor Valter Ravara e já tem grande impacto social em questões ligadas ao meio-ambiente, tendo tido contato e apoio, inclusive, da candidata à presidência Marina Silva, ligada ao PV. É uma ONG que educa e promove apoio a projetos ligados ao meio ambiente e sua preservação, tanto dentro das igrejas como fora delas.
Vejo algo muito interessante quando as pessoas param para ver meus produtos e acabam não acreditando serem moldados a partir de matéria prima que seria lixo, que produziria poluição, e não só a visual, na cidade em que vivem. E assim, tenho a oportunidade de testemunhar um pouco daquilo que acredito, mesmo que seja sem palavras, apenas pelas atitudes.

Creio, porém, como aconteceu comigo, que algo deve estar ligado ao “antes”, a essência. Nossa cosmovisão deve ser moldada de maneira a entender o meio ambiente ao nosso redor debaixo, principalmente, dos mandamentos de amar a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a si mesmo. Assim, aquilo que virá de frutos daí gerará as atitudes como essas acima descritas, assim como tem gerado esses frutos em mim mesmo e naqueles que se envolvem de maneira ativa e específica nessas causas ambientais. Senão temos a tendência de nos associarmos à preservação de maneira à pensar nos frutos apenas (para o nosso tempo), não mudando realidades à longo prazo, assim demonstrando que nossa tendência egoísta ainda permanece.
Somente ligados ao amor àquele que é o criador de todas as coisas e entendendo os limites comunitários e sociais saudáveis e pautados no princípio do amor ao próximo, poderemos vencer a barreira do egoísmo, transformando nossa cosmovisão, deixando de lado a visão egoísta e antropocêntrica, utilitária, do capitalismo. Assim, os movimentos de transformação social, a partir de uma visão ecológica e ambiental coerentes, não serão apenas mais uma moda, um momento de compensação pelo “peso” da responsabilidade ou apenas mais um utilitarismo egoísta que visa a melhoria de “minha” vida no agora (porque desde o “agora” precisamos de mudanças no nosso comportamento em relação ao meio ambiente e ecologia).
Também excluiremos as tendências naturais da sociedade que não conhece Deus, de preservar a natureza por acreditar ser ela o próprio “Deus”. Alguns grupos ambientais tem sido extremistas por que tem essa cosmovisão da deusa-mãe, a natureza, e nós cristãos, sem entendimento, nos aliamos a causas cuja finalidade não é preservação do meio-ambiente, mas preservação da deusa-natureza.
Não que devamos nos excluir, mas até mesmo aproveitar as brechas trazidas por esses grupos extremistas, atuando junto à eles, e influenciando de maneira a moldar princípios básicos e corretos nos corações de cada um destes, com relação ao amor ao verdadeiro e único Deus, criador da natureza, e o amor ao próximo, pra viver de maneira que o interesse seja o de Deus pra comunidade, não o do homem para a “mãe-natureza” ou vice-versa.
Esse é o testemunho daquilo que eu penso e vivo, não tanto como ministérios, mas como estilo de vida. E agradeço a Deus por me firmar em princípios e crenças que geram frutos coerentes com o meio-ambiente, no sentido de preservá-lo, influenciando outras pessoas no mesmo sentido. Sim, ainda tenho muito a crescer e conhecer sobre este assunto, e ainda me vejo, por várias vezes, agindo de forma contrária..., confesso! Porém, meu maior interesse está em brigar contra isso, a partir de mim, pra garantir a beleza da criação, por amor ao Criador, por amar Suas criaturas...

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