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Archive for agosto 2009

Caminhando no escuro...

By : Kadu
Tem um camarada aqui na base que diz que Deus é escuro. Calma, não é racismo ou coisa parecida não!! É que ele diz que andar com Deus é andar no escuro..., dar um passo em “falso”.


Há muito o que se aprender com isso ainda. Tenho tido algumas várias experiências nesses últimos dias e não dá pra reclamar porque sei que faz parte das minhas orações: conhecer a Deus. Conhecer o “escuro”!!

Hoje Rai falou mais um pouco aqui no culto da base (Rai é missionária de Jocum também há 16 anos, trabalhando no Rio de Janeiro com diversos projetos). A fala dela de hoje foi sobre o viver abstrato e não concreto com Deus. A pergunta dela: há como você provar seu relacionamento com Deus pra alguém?? Não!! E isso é tudo o que temos na maioria das vezes.

Em Abraão vemos esse relacionamento abstrato, com o “escuro”. Quem iria acreditar, naquele tempo, que um Deus o visitou, na presença de dois anjos que comeram com ele, e ainda prometeu que depois de velho ele teria um filho, e, “pior”, que esse filho seria o início de uma nação exclusiva de Deus. Aiaiaiai!!! Como assim rapaz??? Cê ta loco Abrão??? Fica na sua aí maluco!!

O que Abrão tinha pra provar para os outros que o perguntariam?? Nada concreto!! Fé!!! Certeza do que se espera!! Abstrato!!!

Hoje temos tudo documentado e vivido já. A experiência já se passou e sabemos o final dessa história, mas quase nunca paramos pra pensar na dimensão disso pra época. Imagina só eu chegar hoje numa igreja cheia de expectativa sobre minhas experiências com Deus e começar a pregar com essa fala: - Gente, hoje tenho que lhes falar sobre algo de muito importante que tenho vivido e que aconteceu de maneira super especial. Um ser sobrenatural me visitou! E ele me revelou coisas novas!! Sabe o Deus que nós conhecemos e cultuamos?? Ele me disse que esse bondoso Deus é parte dele..., mas ele é maior que todos..., e trouxe novidades!! Disse que eu teria um filho!! Gente, o que vocês não sabem, mas tenho aqui os exames pra provar, é que sou estéril..., e é irreversível!! Mas ele me disse que me daria um filho..., e ainda mais, esse meu filho ia começar uma nova família, que seria maior e mais poderosa que todas as outras, mostrando seu esplendor!!!

Vocês, no mínimo iriam levantar e ir embora, correto??? Imagina só Abrão falando isso(mais ou menos isso né?) na época?? Praticamente criando um novo conceito de fé, num “novo” Deus, que queria um povo só pra ele, e que ali estaria o esplendor dele..., e isso viria de um casal de mais de 90 anos de idade, tendo filho. Acho que já escrevi isso né??

Então, pensando lá em Abrão de novo, devemos pensar na questão das suas necessidades também. Ele demonstrava que não era um cara com as mesmas necessidades que eu hoje. Nem mesmo em relação à promessa de Deus. Se fosse assim imagina só a ansiedade e as loucuras que ele faria e seria relatado na bíblia!? Mas ele não..., colocava suas necessidades unicamente no relacionamento com Deus. Foi a própria Sarai que lhe ofereceu um filho da escrava..., não foi ele que correu atrás de um filho. Ou seja, nem de um filho ele não tinha necessidade. Mesmo sabendo da promessa que faria dele um grande povo ele não correu atrás de cumprir essa promessa de qualquer maneira ou morreu de ansiedade pela demora no cumprimento da promessa. Antes, colocava sua necessidade no relacionamento com Deus, somente. Quando as coisas começavam a apertar, Deus aparecia a ele e lhe trazia forças pra caminhar mais um pouco. E ele sustentava a promessa de Deus pra ele através de seu relacionamento com Deus. E de novo a pergunta: que prova ele tem de tudo isso?? Abstrato!!!! Escuro!!! Fé!!!!

Trago isso pra minha vida..., cheio de ansiedades que sou, devido à minha visão de necessidades e de promessas que ainda não se cumpriram.

Primeiro, tenho que corrigir minha visão de necessidades. Minhas cobranças e ansiedades diminuirão bastante e poderei acalmar minha alma diante dEle. Assim, só vai me restar meu relacionamento com Ele. E ainda assim tudo continua abstrato, a não ser meu relacionamento com Ele, que é concreto. Só não consigo provar nada pra ninguém sobre esse concreto relacionamento. Mas sei que tenho.

Depois tenho que repensar minha fé. Minha confiança. Talvez minha visão de necessidades seja deficiente porque minha fé não está colocada na pessoa certa. O mesmo do post anterior: meu “deus-umbigo” ainda reina!!

Paizão, qual sua visão de necessidades pra mim?? Me ajuda a me relacionar contigo da maneira certa, visando a necessidade certa. Que a fé e a confiança que eu tiver seja na pessoa certa. E, se eu cair, como sei que vou, que eu ainda caminhe com você, nesse mesmo relacionamento sincero e confiante, com graça, perdão e arrependimento.

E que andar no abstrato não seja o incorreto na minha maneira de pensar. Que eu ame caminhar em VOCÊ..., caminhar no escuro, confiante na amizade com você!!!

Deus-Umbigo

By : Kadu
Estou acabando de ouvir aqui numa aula sobre missões que Deus abomina o pecado. Novidade?? Não! E também que Deus ama o pecador. Algo novo? Não também!
Hoje pela manhã estive meditando em 2 Crônicas nos capítulos 23 e 24 e vi mais uma dentre tantas vezes em que o povo de Israel se volta pra Deus, depois de o abandonar, e novamente o abandona de novo.
E esses dias eu estive lendo uma crítica feita num blog sobre aqueles que acompanham Valdomiros, Macedos, Malafaias, etc... O autor não concordava com a idéia de que os seguidores desses não eram desviados do cristianismo, como alguns julgam, mas sim eram os mesmos que, quando estava na moda seguir o santo tal eles iam, quando a moda era o terreiro tal, iam também, ou mesmo o pai-de-santo, o centro de umbanda, etc...
Calma, vou juntar tudo!


Penso eu que o que acontece hoje não é nada novo não. Desde a antiguidade existem os que buscam seu próprio umbigo pra endeusar, mas como umbigo não é algo tão bonito pra fazer uma estátua, então eles inventam qualquer coisa mais bonitinha mesmo! E às vezes inventam algo não-físico, não-matéria, “não-apalpável”..., e assim se torna mais fácil esconder a idolatria. Tão idólatra quanto!!!
E desde a antiguidade também existiam momentos em que genuinamente alguém fazia um movimento na volta pra Deus e buscava disseminar essa idéia, algumas vezes com ferocidade e até ira, algumas com atitudes revolucionárias, algumas com palavras bonitas, atitudes estranhas, etc...
Com o tempo, a “volta” virava a moda do momento. Muitos também iam nesse “embalo”. Já viu protesto na sua cidade sobre o preço do transporte coletivo?? Uma meia-dúzia está ali querendo protestar com uma causa..., o resto quer folga e baderna mesmo!! Creio que era mais ou menos assim com o povo de Israel..., e é até hoje assim no nosso meio gospel-judaisante-israelita-evangélico-protestante!!
E aí, nós passamos a criticar tais pessoas, tentando classificá-las entre uns e outros. Buscamos estratégias pra acolher os “novos-adeptos-convertidos”, e também pra alcançar outros pra nossa moda. Depois de “encher nossos celeiros” de “almas”, ficamos satisfeitos pelo trabalho realizado. De repente, vem o tempo da moda acabar, afinal toda moda tem seu tempo. E aí os “velhos-adeptos-convertidos” e as “almas” começam a se “desviar” para a outra moda, porque esse é o tempo. É aí que quebramos a cabeça tentando entender o porquê, mais críticas surgem, nos entristecemos com Deus e com o mundo.
Com isso até nós mesmos mudamos de “roupa” pra entrar na moda atual, afinal, está funcionando, está dando certo ser assim.
Ainda existem aqueles momentos em que a moda “volta”! Vejam só, o xadrez voltou, e está até que durando certo? Olha o All-Star e as havaianas aí!
A moda de se voltar ao Deus genuíno vira e mexe está de volta. E com sinceridade! E, de novo, deve-se disseminar isso pela boca dos profetas. E na divulgação da moda, surgem os adeptos de novo. Os protestantes do protesto que tem causa pra poucos. E o ciclo se renova!
E aí..., hiato...
Minha pergunta(e sempre tenho muitas!): Deus tem crise de identidade nesse tempo todo??? Ele mudou com o tempo e com a moda?? Deixou de fazer ou fez algo a mais por causa disso tudo?? Ele é um Deus de causa e efeito??? Nós é que geramos as respostas de Deus e o manipulamos com nossas loucas atitudes e idéias??? Ele(Deus) deixou de amar alguém ou amou mais outrem?? O pecado mudou com a moda e o tempo? Ele (Deus) deixou de abominar o pecado??
Quando entendi que tudo, TUDO, se trata de Deus, vi também as dificuldades de se viver sob esse entendimento. Porém, o fato não se tornou menos verdadeiro!
Só o que vejo nesse ciclo são pessoas (e eu tô nessa!!!) buscando, mesmo no verdadeiro Deus, somente a si mesmos! Nossos desejos, nossas vontades, nossas críticas, nossas maneiras de pensar!!! Pra nós, não se trata dEle, mas se trata de nós!! Nossos deuses-umbigo sem formas e vazios ou com formas bem definidas, mesmo que não parecendo umbigos!!! E vivemos esse ciclo sempre achando que andávamos com Deus, pecamos com rebeldia, depois nos arrependemos e voltamos. Na verdade, concordando com a crítica do amigo, não somos crentes e depois desviados..., SEMPRE estivemos desviados!!!!!!!!!!!!!! SEMPRE!!!!!!
E não é cegueira não..., enxergamos muito bem..., mas somente até 50 centímetros do nosso nariz pra baixo..., no próprio umbigo!! E não importa que formato damos pra esse “deus-umbigo”, repito, mesmo que seja o formato do evangelho, das igrejas protestantes, da bíblia..., será sempre um formato, uma imagem, do nosso próprio umbigo! E não devemos fazer imagem, como mandamento, correto??
Me ajudem..., comentem, critiquem, reiterem, incrementem, discordem totalmente, qualquer coisa..., esse post não está completo..., não sei mais o que escrever..., nem exatamente o que pensar agora..., depois volto a escrever...

Igreja: SER e IR

By : Kadu

posted by Sandro
in Igreja, discipulado em seu blog.

Nos últimos 2 anos tem crescido o número de postagens em blogs sobre a validade de se reunir como igreja (com “i” minúsculo mesmo para indicar a congregação de discípulos reunidos em nome de Cristo, para edificação, exortação e consolo). Parece que, à medida em que aumenta a ênfase no SER Igreja em vez de simplesmente IR à um local chamado igreja, num esforço nobre de recuperar a essência da fé e discipulado cristão, diminui consequentemente a motivação de se IR também. Para mim esse é um caso clássico do que acontece com todo movimento reacionário: vai de um extremo a outro. A razão simples porque creio assim é que SER Igreja é algo impossível de se acontecer na individualidade. Igreja é sempre plural, comunitário, sempre algo que eu não posso ser sozinho. Mas a galerinha lê livros questionando a validade da igreja e sai blogando e declarando: “Ufa! Agora posso SER sem IR. Uma libertação!” Será?
Tal coisa só faz sentido numa sociedade cada vez mais individualizada como a nossa (temos feito a lição de casa direitinho com os norte-americanos). Diz isso para quem está tentando seguir Cristo em regiões do mundo como o Norte da África, Oriente Médio e Ásia Central. Nestes lugares você encontra pessoas que anseiam por IR e se reunir com outros e compartilhar sua fé, suas lutas, orar juntos, aprender umas com as outras, etc. Mas não é só nos “países fechados” que você encontra esse entusiasmo pela igreja em sua forma congregacional. Na Europa pós-cristã, acontece o mesmo com os seguidores de Cristo que buscam viver a realidade de sua fé naquele continente frio. Pessoas viajam 1-2 horas na Autobahn para se reunirem como igreja em países como Alemanha, Suíça, França, etc.
Quando penso sobre isso me lembro do que um velho professor de teologia costumava dizer-me no seminário: “A teologia foi elaborada na Europa, está sendo deturpada nos Estados Unidos e testada no Brasil.” Cada dia que passa, mais cresce em mim a sensação de que ele estava certo. Pois essa nova descoberta de SER sem IR é um fenômeno não somente totalmente inédito na história da Igreja, mas arrisco dizer, algo puramente norte-americano. Somente numa sociedade que pratica o culto ao indivíduo (e à individualização) é que um conceito desses pode ser desenvolvido. E pior, vendido como se fosse verdade, grande revelação. E só quem não conhece bem nem as Escrituras nem a História pode embarcar nessa. Pois tanto as Escrituras quanto a História são claras quando o assunto é seguir Jesus: Não é algo que se faz sozinho. Seguir Jesus envolve um compromisso com a mutualidade: disposição a repartir a vida com outros para aprender a amar, perdoar, dar e receber, morrer para o eu, servir, etc.
Creio que Henri Nouwen expressou bem o que é SER Igreja:“A Igreja é o povo de Deus. A palavra latina para “igreja”, ecclesia, origina-se do grego ek, que significa “fora”, e kaleo, “chamar”. A Igreja é o povo de Deus chamado a sair da escravidão para a liberdade, do pecado para a salvação, do desespero para a esperança, da escuridão para a luz, de uma existência centrada na morte para uma existência centrada na vida.Quando pensamos na Igreja, devemos pensar num corpo de pessoas viajando juntas. Temos que imaginar as mulheres e os homens e as crianças de todas as idades, raças e sociedades apoiando-se um ao outro em suas longas e, muitas vezes, cansativas jornadas para a morada final.”
Note que Igreja é povo de Deus, não indivíduo de Deus. Igreja são pessoas, nunca uma pessoa só.
Muitos argumentam que não estão questionando a validade da comunhão, que praticam comunhão em casas onde compartilham sua fé enquanto comem e bebem alguma coisa. Essa é sua igreja. Eu não questiono sob hipótese alguma esse tipo de experiência. Com certeza posso cultuar com pessoas em reuniões nos lares. A maioria das igrejas em países fechados acontecem assim. Talvez mesmo vivendo num país onde há liberdade de culto, eu deva praticar o pequeno grupo. Mas, pessoalmente, eu sinto falta de certas coisas que uma reunião nos lares simplesmente torna impraticável.
Grupos pequenos geralmente se reunem por afinidade e/ou geografia. Por isso, raramente transpõem barreiras sociais. Dificilmente pessoas alheias ao grupo terão acesso às suas reuniões (qual foi a última vez que você teve um mendigo em seu grupo pequeno?). Nas reuniões congregacionais maiores encontro a oportunidade de me relacionar - ainda que superficialmente - com uma variedade maior de pessoas - as mulheres e os homens e as crianças de todas as idades, raças e sociedades, do texto de Nouwen. Tal encontro abre possibilidades incríveis de ministração do Espírito em minha vida.
Eu também gosto da vibração musical quando a banda toca e me convida a cantar junto canções que expressam meu amor e sentimentos por Jesus e Sua Causa. Difícil encontrar uma banda de rock tocando em grupos pequenos. E por mais que eu goste da informalidade do diálogo e das conversações sobre a fé, da troca de experiências e questionamentos que acontecem nos encontros informais, sinto que preciso também ouvir um bom sermão que me exorte, edifique e console. De um modo geral, sermões (ou pregações) não se encaixam bem em reuniões caseiras - o próprio ambiente pede algo mais conversacional. Além disso, eu reconheço a grande quantidade de dons e talentos distribuídos por Cristo à Sua Igreja e encontro muito mais oportunidades de ver esses dons sendo exercitados em reuniões congregacionais maiores do que nos pequenos grupos.
Bom, estes são alguns motivos que me levam a perseverar na igreja e crer como Rich Mullins que mesmo uma hora numa igreja ruim é melhor que não ir a nenhuma igreja.
Finalmente, eu acredito que SER Igreja é infinitamente mais importante do que simplesmente IR a uma igreja. Todavia, me pergunto seria possível, a longo prazo, SER sem nunca IR?
Isso tudo me faz lembrar a letra da música Acrobat do U2…

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